O
PMDB traiu a presidenta Dilma Rousseff com a atitude do presidente do
Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), de colocar em votação o pedido de
urgência para apreciação do veto à proposta que muda a distribuição de
royalties . Esse foi o entendimento de alguns integrantes da bancada petista e
de outros partidos da base durante a tumultuada sessão que aprovou a urgência
da votação .
De
acordo com deputados próximos ao Executivo, esta avaliação não foi feita
somente no Congresso. No Planalto, a leitura é a mesma, principalmente pela
ausência de Dilma, que está em viagem à França e à Rússia.
"O
que sei é que ela ( Dilma ) está muito chateada com o presidente Sarney",
disse um deputado petista, de um Estado não-produtor de petróleo, que pediu
para não ser identificado.
O
deputado estranhou a atitude "inusitada" de Sarney de convocar a
sessão do Congresso e de articular para que o requerimento de urgência fosse
aprovado. "O veto chegou aqui na sexta-feira à noite e o requerimento de
urgência foi votado na quarta. Nunca vi isso antes. É uma atitude inusitada do
presidente José Sarney. Um gesto duríssimo de Sarney contra Dilma",
criticou.
"Nunca
se vê votar veto aqui no Congresso. Há vetos que aguardam há 20 anos para serem
apreciados", ressaltou.
"O
que sei é que ela (Dilma) está muito chateada com o presidente Sarney",
disse um deputado petista, de um Estado não-produtor de petróleo, que pediu
para não ser identificado.
O
deputado estranhou a atitude "inusitada" de Sarney de convocar a
sessão do Congresso e de articular para que o requerimento de urgência fosse
aprovado. "O veto chegou aqui na sexta-feira à noite e o requerimento de
urgência foi votado na quarta. Nunca vi isso antes. É uma atitude inusitada do
presidente José Sarney. Um gesto duríssimo de Sarney contra Dilma",
criticou.
"Nunca
se vê votar veto aqui no Congresso. Há vetos que aguardam há 20 anos para serem
apreciados", ressaltou.
"O
veto foi gestado dentro do PMDB", avaliou outro deputado da base.
"Talvez não abale a aliança neste momento mas, com certeza, contará caso
outras traições ocorram", disse o deputado.
A
postura do vice-presidente Michel Temer também foi alvo de crítica. Antes da
convovação da sessão do Congresso, a ministra de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti, chegou a se reunir com Temer para tratar da questão dos royalties e
também da medida provisória que reduz o valor das contas de energia elétrica.
Temer
teria ficado de conversar com a bancada sobre os dois assuntos, atitude que,
segundo interlocutores do Planalto, não ocoreu. "Houve um cruzar de
braços", avaliou um quadro do próprio PMDB. "A eleição passada foi a
dos prefeitos, a próxima é a nossa", ponderou.
A
sessão do Congresso que aprovou a urgência para apreciar o veto foi tumultuada.
Presidida pela vice-presidente da Câmara Rose de Freitas (PMDB-ES), a votação
ocorreu em meio a gritos, empurrões e ânimos acirradíssimos.
Rose
chegou a ser criticada pela bancada de seu Estado por não ter se utilizado de
artifícios regimentais para conduzir a votação. "Só se eu rasgasse o
regimento" argumentou.
O
Espírito Santo é um Estado produtor de Petróleo e, junto ao Rio, perde receita
com a possível derrubada do veto.
Segundo
Rose, durante a sessão de hoje, havia uma articulação para que o senador
Waldemir Moka (PMDB-MS) assumisse a presidência. O senador Moka foi um dos
principais articuladores para que Câmara e Senado votassem o requerimento de
urgência.
"Estavam
articulando para colocar o Moka para presidir a sessão. Por isso eu decidi e
informei ao Plenário do Congresso que só iríamos votar o requerimento de
urgência, e que o veto seria votado em uma outra sessão. A ideia deles ( dos
contrários ao veto) era votar no mesmo dia o requerimento de urgência e a
derrubada do veto", explicou Rose.
A
urgência foi aprovada por 348 votos favoráveis de deputados e 61 senadores. O
grupo contrário somou 84 deputados e 7 senadores. A sessão do Congresso para
analisar o veto está marcada para a próxima terça-feira. Agora, as bancadas do
Rio de Janeiro e do Espírito Santo recorrerão ao Supremo Tribunal Federal (STF)
para tentar anular a sessão.