A
cada ano cresce o número de pessoas que busca o rejuvenescimento em cremes
milagrosos.
Nas últimas duas décadas, o setor de cosméticos no Brasil aumentou
aproximadamente 10% ao ano, com mais de 1.700 empresas de higiene pessoal,
perfumaria e cosméticos dividindo espaço nas prateleiras das farmácias e
drogarias para disputar a preferência do consumidor.
Mas, diante da grande variedade dos produtos, fica a dúvida sobre qual deles
escolher. "Há tantas opções e ofertas de resultados rápidos que,
sinceramente, não sei qual cosmético comprar. Acabo optando pela marca e preço,
por ter visto em alguma revista ou na televisão", afirma a auxiliar
administrativa Alessandra Noiman.
É exatamente aí que mora o perigo. Segundo Anelise H. Leite Taleb, farmacêutica
e consultora técnica da TAVE Farmácia de Manipulação, muitos desses produtos
podem conter ingredientes potencialmente prejudiciais à saúde. "São ativos
que, quando em contato diário com o corpo, provocam desde irritações e alergias
cutâneas ou até doenças mais graves como o câncer", alerta.
Um das maneiras de tentar fugir dessa enxurrada de ativos impróprios para a
pele é conhecer um pouco das substâncias e optar pela prescrição. "No
produto manipulado é possível inserir ativos naturais e seguros, fugindo da
composição padrão dos industrializados. Além disso, o manipulado oferece outros
benefícios. Numa mesma fórmula, por exemplo, pode-se tratar dois ou mais
problemas, como envelhecimento, desidratação e manchas", explica a
especialista.
Anelise
listou abaixo alguns dos ingredientes mais perigosos à saúde da pele para que
você não caia em ciladas; confira:
Conservantes
liberadores de formol: muitos cosméticos utilizam na formulação
algum tipo de conservante que libera formol na pele. Um estudo realizado no
Departamento de Dermatologia da Universidade de Debrecen, na Hungria, e
publicado no periódico "Experimental Dermatology", em maio de 2004,
revelou que o formol pode contribuir para o aparecimento de câncer induzido
pela radiação ultravioleta do sol. Para a segurança do consumidor, é bom
observar cuidadosamente os rótulos, procurando as seguintes substâncias:
quatérnium-15, diazolidinil hora, imidazolidinil ureia e DMDM hidantoína.
Óleo
mineral e outros derivados do petróleo: os óleos minerais estão
presentes na maioria dos produtos cosméticos devido à sua propriedade
emoliente, ou seja, hidratante para a pele. Entretanto, estudos recentes vêm
associando esses componentes ao aumento da mortalidade por diversos tipos de
câncer, como o de pulmão, esôfago, estômago, linfoma e leucemia. Isso ocorre
devido à presença de um composto chamado 1,4-dioxano, uma substância
cancerígena, como relata estudos publicados nos periódicos "American
Journal of Industrial Medicine" (Departamento de Epidemiologia, Escola de
Saúde Pública, Los Angeles, CA outubro de 2005), "Contact Dermatitis"
(Departamento de Dermatologia, Nagoya City University Medical School, Japão,
abril de 1989) e "Regulatory Toxicology and Pharmacology", de outubro
de 2003). Procure no rótulo palavras como: paraffin oil e mineral oil.
Parabenos: um
estudo realizado na Universidade de Reading, no Reino Unido, e publicado em
janeiro de 2004 no "Journal of Applied Toxicology", indica que os
parabenos apresentam propriedades estrogênicas, ou seja, se comportam como se
fossem um hormônio feminino: o estrógeno. O mercado possui conservantes
naturais ou mais modernos que demonstraram segurança, permitindo aos
formuladores o desenvolvimento de substâncias mais seguras. Os parabenos em
produtos cosméticos destinados à aplicação na área axilar (como desodorantes,
por exemplo) devem ser reavaliados, pois estudos recentes levantaram a hipótese
de que o seu uso nessa região pode estar associado ao aumento da incidência de
câncer de mama, o que foi confirmado em teste realizado recentemente. Os
parabenos podem ser identificados nas formulações dos cosméticos e desodorantes
com diversas nomenclaturas: Parabens, Methylparaben, Ethylparaben,
Propylparaben e Butylparaben.
Propilenoglicol: o
propilenoglicol é um produto utilizado como diluente de outras substâncias,
usado em uma ampla variedade de cosméticos. O perigo no seu uso está ligado aos
problemas de pele como alergias e irritações. Um estudo realizado com 45.138
pacientes na Universidade de Göttingen, na Alemanha, e publicado no periódico
"Contact Dermatitis", em novembro de 2005, confirmou o potencial
sensibilizante (potencial para causar alergias) do propilenoglicol, confirmado
também pelo Departamento de Dermatologia do Hospital Osaka Red Cross, no Japão,
e publicado no periódico "International Journal of Dermatology",
também em 2005. Para saber se o seu produto cosmético contém propilenoglicol na
composição verifique a palavra propylene glycol no rótulo da embalagem.
Ureia: um
dos hidratantes mais utilizados em cosméticos é a ureia, tanto pela sua
eficácia, quanto pelo seu baixo preço. Mas vale lembrar que a ureia é proibida
para mulheres grávidas, pois penetra profundamente na pele e tem a capacidade
de atravessar a placenta, podendo chegar até o feto em formação ocasionando
graves consequências ao bebê. A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária) determina que todas as vezes que um produto tiver na sua composição
ureia em dosagens maiores que 3%, ele deve conter no rótulo o seguinte alerta:
"não Utilizar durante a gravidez". A ANVISA ainda resolveu proibir a
fabricação de cosméticos que contenham em sua composição mais de 10% de ureia.
Produtos: saiba quais são os tóxicos na fórmula
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