Montadora terá de fabricar carro mais econômico para abater imposto

Governo
e montadoras conseguiram fechar um acordo para regulamentar o novo regime
automotivo que entra em vigor em 2013. O anúncio deve ocorrer hoje e a
publicação do decreto com as novas regras amanhã.
As
empresas concordaram em fazer uma redução de 12% no consumo atual de
combustível, medido em megajoules por quilômetro. Essa meta terá de ser
atingida até 2017, mas as montadoras que anteciparem os prazos ganharão bônus
para reduzir a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O
IPI está subindo em 30 pontos porcentuais para empresas importadoras e para
aquelas instaladas no País que não atenderem aos requisitos do novo regime
automotivo.
As
montadoras poderão ter descontos dessa alta do IPI principalmente se atingirem
as metas de redução de consumo de combustível e as de utilização de componentes
nacionais.
Para
calcular o valor do desconto com o uso de peças nacionais, o governo criou um
índice. Esse índice vai retratar a porcentagem da produção que é coberta por
peças nacionais e servirá como um multiplicador para calcular qual o desconto a
empresa terá direito sobre o imposto. Quanto maior o resultado da
multiplicação, menor o imposto a ser pago.
O
multiplicador para cálculo do uso de peças nacionais e que indicará o tamanho
da queda de IPI para veículos leves começa em 1,3, mas vai sendo reduzido em
0,1 ponto porcentual por ano até atingir o índice 1 em 2017.
A
redução do multiplicador é um modo de forçar o uso crescente de peças
nacionais. Para obter o mesmo desconto de imposto, as montadoras terão de
gastar mais com peças nacionais.
Caminhões
Para
o setor de caminhões, haverá uma solução diferenciada por segmento. Foi
encontrada uma fórmula que permite o controle de peças importadas nas empresas
que só produzem caminhões pesados e para aquelas que fabricam caminhões leves
ou os dois tipos.
Esse
segmento deverá ter um redutor que, na prática, permite um porcentual maior de
importações de peças e partes do que para veículos leves.
A
proposta do governo era dividir as regras do regime automotivo em caminhões
mais pesados e mais leves. No entanto, como o mercado de caminhões tem uma
dispersão muito grande em termos de valor agregado e de nacionalização, a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)
argumentou que é difícil fazer esse controle na fábrica porque algumas peças e
equipamentos fazem parte de todos os tipos de veículos. O setor de caminhões é
um dos que estão reagindo mais lentamente aos incentivos.
Cotas
Outro
ponto importante da regulamentação é a definição de uma cota de importação para
as montadoras sem o aumento de 30 pontos porcentuais de IPI. A cota geral deve
ficar em 4,8 mil veículos por ano, mas cada empresa terá um bônus extra com
base na média das exportações dos últimos quatro anos.
O
regime automotivo - que vai vigorar entre 2013 e 2017 - prevê que, além do uso
de componentes nacionais, ganharão uma redução do IPI as empresas que
investirem em pesquisa e desenvolvimento, que cumprirem um programa de
etiquetagem do Inmetro (que mede a eficiência energética dos automóveis), e que
realizarem atividades fabris e de infraestrutura de engenharia.