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A seleção feminina
de vôlei finalmente espantou o velho fantasma da Rússia. Em sua melhor partida
no torneio até agora, o Brasil, atual campeão olímpico, venceu por 3 sets a 2,
eliminou sua velha carrasca e está na semifinal em Londres, por 24-26, 25-22, 19-25,
25-22, 21-19, depois de salvar seis match points.
A vitória em Londres
espanta a lembrança dos fracassos contra a Rússia de Sokolova e Gamova em 2004,
na semifinal dos Jogos de Atenas, e nos Mundiais de 2006 e 2010, quando as
brasileiras perderam para as europeias na final. Agora, o sonho do bi olímpico
segue vivo, e o vôlei feminino vai disputar uma vaga na final mais uma vez,
como tem acontecido desde 1988.
Desde então, as meninas do vôlei
ficaram em quarto lugar duas vezes (1992 e 2004), foram bronze outras duas
(1996 e 2000) e levaram o ouro em Pequim. Agora, brigarão por uma vaga na
decisão com o Japão, que eliminou a China no jogo anterior. Além da conquista
da vaga, o Brasil sai empolgado por ter eliminado uma rival de peso com sua
melhor atuação dos últimos meses, apagando o péssimo começo de Olimpíadas.
Depois de
uma primeira fase turbulenta, em que quase foi eliminado, o Brasil jogou de
igual para igual com a Rússia na maior parte do jogo. Bem no bloqueio e na
defesa, o time segurou relativamente bem as gigantes Goncharova e Gamova, foi
preciso no ataque se manteve ligado em quase todo o jogo.
O
primeiro set foi muito disputado, com os dois times se apresentando bem. O
Brasil acertava no ataque como nunca, com Dani Lins distribuindo muito bem o
jogo entre suas atacantes, sem que nenhuma ficasse sobrecarregada. Quando
era Rússia que pressionava, o sistema de bloqueio de defesa reagiu bem às
gigantes rivais, amortecendo bem e se esforçando demais na recepção.
Mesmo
assim, deu Rússia. Ponto a ponto, as europeias chegaram à frente no fim da
parcial. No 23 a 23, uma furada de Thaisa deu a vantagem para as russas, que
suaram, mas fizeram 26 a 24 em um ataque de Sheila para fora.
O revés
momentâneo não abalou o Brasil, que mostrou uma forçam mental inédita até então
em Londres. De novo com o bloqueio e a defesa funcionando bem, a equipe abriu
12 a 7 no começo do segundo set e levou a vantagem adiante, com alguns momentos
de instabilidade nos pontos finais, mas que não impediram a vitória por 25 a 22.
No
terceiro set, no entanto, a coisa desandou. As russas cresceram, o bloqueio
parou de funcionar tão bem e o ataque deixou de ser tão preciso. No saque de
Gamova, a Rússia abriu 14 a 11 e administrou a vantagem contra uma equipe já um
pouco desconcentrada. Com Paula Pequeno em quadra no lugar de Fernanda Garay e
errando bastante, o Brasil perdeu por 25 a 19 e a pressão tornou-se ainda
maior.
Experiente,
a Rússia começou o quarto set com tudo e ameaçou abrir vantagem. Foi aí que a
torcida, que nem lotou o ginásio em Earl’s Court, sede do vôlei em Londres,
acordou. Ao som do coro de que “o campeão voltou”, orquestrado pelas jogadoras
que estavam no banco de reservas, o time levantou junto, recuperou-se e passou
à frente no marcador.
Sempre
com o apoio das arquibancadas, a seleção seguiu bem, aproveitou-se dos poucos
erros da europeia e chegou a abrir 19 a 16, mas um erro de saque de Fabiana e a
insistência com Sheilla do fundo da quadra deixaram a Rússia encostar. Só que o
Brasil mostrou, de novo, controle emocional, voltou a jogar e fechou em 25 a
22.
No
tie-break, sob tensão total, o Brasil começou na frente. Os dois pontos de
vantagem logo de cara deram segurança às jogadoras, que se não foram brilhantes
também não vacilaram. Com Sheilla especialmente inspirada, a seleção trocou
pontos até a decisão do set, quando venceu de forma emocionante. Um erro de
arbitragem claro em um ataque de Sheilla mexeu com o time. A Rússia encostou,
passou e teve seis match points, até que o Brasil reagiu e venceu por 21 a 19,
após um belo saque de Fernanda Garay e a confirmação da vitória em ataque de
Fabiana.
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