Continua após os destaques >>
A
partir de 29 de julho, os números de celular da capital paulista e de mais 63
cidades em seu entorno ganharão um 9 à esquerda. São Paulo e sua região
metropolitana serão as primeiras áreas a adotarem o nono dígito porque a
demanda por novos chips está quase equivalente a capacidade de oferta de
linhas. São 42 milhões de chips em uso ou prontos para a venda na área 11 hoje.
E o limite — até onde as combinações de números com oito dígitos são possíveis
— é de 44 milhões de chips.
Acrescentar
o 9, portanto, é uma medida que pretende resolver o problema enfrentado na
Grande São Paulo. Mas ela não será adotada apenas no Estado de São Paulo. “Até
2016, todos (no Brasil) vão ganhar um novo dígito”, diz Eduardo Levy,
conselheiro da Telebrasil, associação que reúne empresas de telecomunicação.
Ele
explica que a decisão de adicionar o 9 aos números locais leva em conta as necessidades
futuras também dos outros Estados do Brasil. Dessa forma, para ele, criar a
área tarifária 10 para as cidades vizinhas a São Paulo (medida defendida pela
Associação de Engenheiros de Telecomunicação) seria não enxergar o País. Não só
o 10, como o 20, o 30 e os outros códigos próximos aos DDDs da capitais teriam
de estar disponíveis. O 10 poderia trazer menos problemas para São Paulo, mas
não resolveria o problema do País, diz Levy.
Qualidade
Acrescentar
o nono dígito provocará o aumento da oferta de linhas justamente no momento em
que as operadoras enfrentam a punição da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel). O órgão suspendeu as vendas de chips pelas operadoras em razão das
reclamações de consumidores sobre os serviços prestados.
Para
o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o problema não é aprovar
o nono dígito. O que tem de ser verificado, segundo a advogada Veridiana
Alimonti, do Idec, é se a medida está sendo adotada juntamente com ações que
tenham em vista a melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Além
da interrupção ou falhas nas chamadas de voz, o atendimento inadequado ao
número crescente de usuários continua a ser um problema permanente, lembra ela.
“E não é por que a empresa tem muito cliente que é justificável a prestação de
um serviço ruim”. Cobrança indevida e omissão de informações, como o término de
promoções no momento da contratação, estão entre as principais queixas, segundo
o Idec.
Para
Veridiana, as operadoras têm também de calcular se elas conseguem atender todos
aqueles consumidores que elas estão atraindo com promoções que, inclusive, nem
sempre são tão boas como anunciadas. Neste momento, a Anatel exige das
operadoras planos de investimentos para os próximos dois anos. “É preciso
verificar se os planos que elas vão apresentar são coerentes com todos os
problemas enfrentados”, diz a advogada.
A Anatel informou na quinta-feira que os planos de investimentos das operadoras serão colocados na internet para que a população possa acompanhar se o cronograma traçado está sendo cumprido.
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram