Brasil é o 4º país com mais dinheiro em paraísos fiscais
organização

Brasileiros
tornaram o país o quarto maior cliente de contas em paraísos fiscais, segundo
relatório da Tax Justice Network (rede de justiça fiscal, em livre tradução),
organização sem fins lucrativos britânica focada nesse tipo de levantamento.
Segundo
o relatório, ainda não divulgado, brasileiros tinham depositados até 2010 cerca
de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) nessas contas, onde se pode
guardar dinheiro em razoável sigilo, sem responder a muitas perguntas nem pagar
imposto.
O
valor equivale a pouco mais de um quinto do PIB (Produto Interno Bruto) oficial
brasileiro.
Segundo
informações da BBC, o documento foi escrito pelo ex-economista-chefe da
consultoria McKinsey, James Henry.
Ele
cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário
Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar aos
valores.
No
ranking de países elaborado pela organização, o Brasil perde apenas para a
China (US$ 1,2 trilhão), a Rússia (US$ 779 bilhões) e a Coreia do Sul (US$ 779
bilhões).
Na
América Latina, além do Brasil, o México, a Argentina e a Venezuela estão entre
os 20 que mais enviaram dinheiro a paraísos fiscais.
Ao
todo, ao menos US$ 21 trilhões "não contabilizados" estão depositados
em contas "offshores", de acordo com o documento.
JERSEY
Nesta
semana, teve fim no Judiciário da ilha de Jersey as audiências de processo que
apura suspeita de que o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) tenha desviado
para o paraíso fiscal britânico US$ 22 milhões de obras da Prefeitura de São
Paulo de 1993 a 1996.
A
decisão sobre o caso pode sair em até três meses, segundo advogados da
prefeitura, que deu início à ação. Caberá recurso.
É a
reta final de um dos casos que fizeram com que Maluf, ex-prefeito de São Paulo,
se tornasse procurado pela Interpol.
A
assessoria do deputado nega que ele mantenha contas em países estrangeiros.