Por
maioria de votos, o plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu na
noite desta quinta-feira os candidatos poderão obter a certidão de quitação
eleitoral e o registro de candidatura mesmo que não tenham sido aprovadas as
suas contas de campanha.
O ministro Dias Toffoli havia solicitado vista do pedido na sessão do dia 26 de
junho, quando o julgamento estava empatado em três votos a três. Hoje, ele
desempatou a decisão a favor da candidatura das contas não aprovadas.
O ministro desempatou o julgamento a favor do pedido de reconsideração
apresentado pelo PT (Partido dos Trabalhadores), que solicitava que o TSE
voltasse atrás em sua decisão, tomada no dia 1º de março, que passou a exigir
dos candidatos a aprovação das contas eleitorais para a obtenção do registro. O
pedido petista foi apoiado por outros 13 partidos.
Segundo Toffoli, a legislação eleitoral em vigor não exige a aprovação das
contas eleitorais para que os candidatos às eleições municipais deste ano
obtenham o registro de candidatura.
Irregularidades
O ministro disse que as irregularidades na prestação de contas de candidatos,
que acarretarem sua desaprovação, poderão fundamentar a representação prevista
no artigo 30-A, que trata de arrecadação e gastos ilícitos de campanha, da Lei
das Eleições, o que pode causar a perda do diploma do candidato eleito e a sua
inelegibilidade. “Aí sim há inelegibilidade decorrente das contas, mas após a
ação”, destacou Toffoli.
No entanto, o ministro Dias Toffoli ressalvou que as contas apresentadas
desacompanhadas de documentos que possibilitem a análise dos recursos
arrecadados, ou seja, “aquelas que forem apresentadas de maneira fajuta”, devem
ser consideradas não prestadas, originando, assim, a falta de quitação eleitoral.
Votaram a favor do pedido de reconsideração do PT os ministros Dias Toffoli,
Gilson Dipp, Arnaldo Versiani e Henrique Neves. E pela obrigatoriedade da
aprovação das contas eleitorais para a obtenção do registro de candidatura a
presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, e os ministros Marco
Aurélio e Nancy Andrighi.
Na sessão administrativa desta quinta-feira, faltava apenas o voto do ministro
Dias Toffoli para o término do julgamento do pedido.
TSE libera políticos com "conta suja"
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