Governo desmarca reunião com universidades federais em greve

O
governo federal voltou atrás e desmarcou a reunião que aconteceria nesta
terça-feira, dia 19, com representantes sindicais das universidades federais
que estão em greve. O Ministério do Planejamento, que toca as negociações,
apresentaria um esboço da proposta do plano de carreira dos docentes federais,
principal reivindicação dos grevistas.
A
paralisação completou um mês neste domingo e já atinge 54 universidades e
institutos federais. O movimento tende a crescer ainda mais porque a
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) mantém indicativo de greve e a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deve decidir pela paralisação ainda
hoje.
O
governo havia convocado na semana passada uma reunião com os sindicatos, na
terça-feira, dia 12. No encontro, pediu uma trégua de 20 dias, mas a categoria
recusou interromper o movimento sem ouvir uma proposta clara. A reunião de
amanhã foi marcada naquela data e deveria, enfim, apresentar a proposta do
governo.
O
Ministério do Planejamento confirmou o adiamento, mas não detalhou os motivos -
o que deve, segundo a pasta, fazer ainda hoje. Ainda não há data para
novo encontro.
Um
dos sindicatos envolvidos nas negociações, a Proifes, informou que a pasta
argumentou que, em função da RIO+20, não seria possível para o Ministério
do Planejamento apresentar uma proposta efetiva amanhã. Sindicalistas ouvidos
pela reportagem criticam que, na verdade, o Ministério não tem uma proposta
concreta sobre o plano de carreira.
Na
terça passada, o Ministério pediu somente a trégua ao se encontrarem com os
sindicalistas. Após a negativa deles em parar a greve, os representantes da
pasta se retiraram da sala por 20 minutos e depois voltaram com a ideia de que
a proposta seguiria a linha adotado no plano de carreria do Ministério da Ciência
e Tecnologia. Nem ao menos essa linha agradou os grevistas, que a chamam de
improvisada e incompleta.