INSS cobrará de agressor benefício pago a vítima de violência

Após cruzar sua base de
dados com informações da polícia, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciará,
em agosto, a cobrança judicial de valores pagos em casos de violência doméstica
contra mulheres.
O
pedido de ressarcimento na Justiça, chamado de ação regressiva, será feito
contra os agressores e refere-se aos benefícios pagos pelo INSS à vítima.
"A
medida é uma ação afirmativa, que ajuda no combate ao problema. O objetivo não
é obter mais recursos", disse ao Valor o presidente do INSS, Mauro
Hauschild. Ele, porém, não estimou os valores totais envolvidos nessas ações.
O
INSS ainda avalia quais agressões levaram a vítima a receber benefícios
previdenciários. Isso ocorre, por exemplo, quando a mulher agredida se torna
incapaz para a profissão que exercia, necessitando assim de uma aposentadoria
por invalidez.
Desde
1991, a Advocacia-Geral da União (AGU), representando o INSS, tem protocolado
ações regressivas contra empresas responsáveis por acidentes de trabalho que
levaram o INSS a pagar benefícios ao empregado ou pensão por morte aos
familiares da vítima. Nesses 21 anos, foram iniciados mais de 2.000 processos
regressivos acidentários, com expectativa de ressarcimento superior a R$ 360
milhões, disse Hauschild.
Em
2008, a AGU começou a protocolar em massa as ações no dia útil mais próximo do
Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. A partir
daí, a ação se intensificou, já que cerca de 80% das ações foram ajuizadas nos
últimos quatro anos.
O
INSS também deverá escolher uma data simbólica referente ao tema para
protocolar em massa as ações relativas às agressões domésticas. "A
delegacia da mulher no Distrito Federal nos passou informações sobre 8.000
casos, vamos analisar quais se encaixam", disse o presidente do órgão.