Professores em greve se reúnem com representantes do governo federal

O
Palácio do Planalto teme que a greve dos professores das universidades federais
se espalhe por todo o funcionalismo público e abra uma crise em ano de eleições
municipais. A ministra Miriam Belchior (Planejamento) tem sido criticada pela
falta de habilidade nas negociações com os docentes e com outra categoria que
ameaça cruzar os braços, os médicos.
Somente
nesta terça-feira, 25 dias após o início da paralisação dos professores,
representantes da pasta devem sentar-se à mesa com o sindicato da categoria. E
a greve dos docentes ganhou novo fôlego nesta segunda, com o início da
paralisação dos servidores técnicos e administrativos das instituições federais
de ensino superior (Ifes).
Ainda
não há um balanço sobre a adesão dos funcionários porque o sindicato de cada
unidade precisa decidir em assembleia se adere ao movimento. Na Universidade de
Brasília (UnB), por exemplo, serviços como o empréstimo de livros e o uso das
salas de leitura na biblioteca da instituição já estão interrompidos.
Enquanto
professores de 51 Ifes pararam suas atividades para pedir a revisão do atual
plano de carreira, os técnicos reivindicam um piso para a categoria de três
salários mínimos.
No
Ministério da Educação, a greve dos docentes é vista como sem justificativa. A
categoria já recebeu aumento salarial de 4% retroativo a março e algumas
gratificações foram incorporadas. Restou a bandeira da reestruturação da
carreira. O ministro Aloizio Mercadante argumenta que há prazo legal para que
essa negociação seja concluída, já que o orçamento de 2013, que irá custear as
mudanças, só será fechado em 31 de agosto.
A
expansão das universidades federais também é alvo de críticas dos professores.
Alguns cursos e câmpus novos têm deficiências graves de infraestrutura, apesar
do investimento bilionário do MEC.