Senado decide não divulgar salários de funcionários

O
salários dos servidores do Senado estão a salvo da Lei de Acesso à Informação
Pública. A mesa diretora aprovou nesta quarta-feira, 16, um ato que
regulamenta o processo de acesso às informações produzidas pela Casa, mas a
diretora-geral, Doris Marize Peixoto, deixou claro que o Senado vê o
vencimentos dos funcionários como uma informação protegida.
"A
questão salarial individual é uma questão que tem apoio legal para não ser
divulgado", afirmou, alegando a existência do sigilo bancário para que o
Senado não forneça os dados. De acordo com a diretora, a estrutura salarial da
Casa já está disponível na Internet. No entanto, essa estrutura não revela os
salários reais dos servidores, sempre engordados com gratificações e outros
penduricalhos a ponto de vários passarem do teto do funcionalismo público.
Uma
lista revelada em agosto do ano passado pelo site Congresso em Foco mostrou que
464 servidores do Senado recebiam, em 2009, acima do teto da época, de R$ 24,5
mil mensais - inclusive Doris Peixoto, com um salário então de R$ 27.215,65.
Havia funcionários recebendo até R$ 46 mil mensais. Nada indica que algo tenha
mudado.
O
ato aprovado nesta quarta-feira pela mesa apenas regulamenta a maneira como os
cidadãos terão acesso às informações produzidas pelo Senado. Um comissão com
representantes de todas as áreas que produzem documentos foi criada para
analisar que tipo de classificação eles terão. A resposta terá que ser dada em
30 dias. Nesse meio tempo, a prioridade será dada para informações pedidas que
não estejam hoje disponíveis.
Um
balcão será criado para que os interessados peçam dados do Senado. Se estiverem
já abertos, a orientação é que a resposta seja dada na hora. Se não, o
interessado pode preencher um formulário e esperar a resposta do órgão
responsável.
Foi
definida ainda a estrutura de recurso. Se uma informação é negada pelo órgão
responsável mas o requerente não concorda, pode pedir a reconsideração à
Diretoria Geral da Casa, que fará uma nova análise. "Quisemos deixar as
coisas o mais simples possível. São apenas duas instâncias", explicou
Doris. De acordo com a diretora-geral, o Senado já responde a 80% das
informações pedidas.