Brasil doa US$ 7,5 milhões a palestinos

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De olho na ampliação de sua presença política no Oriente Médio, o governo brasileiro fez uma doação de US$ 7,5 milhões para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA), responsável pela ajuda a civis na Faixa de Gaza, Cisjordânia e campos de refugiados em países árabes.


O dinheiro será usado para atender a 106 mil palestinos de Gaza com ajuda alimentar, além de projetos de educação e saúde que atendem a 1,2 milhão de pessoas. O compromisso entre o governo brasileiro e a ONU foi assinado na Cisjordânia.


O volume de dinheiro é pequeno, em comparação ao orçamento de US$ 1,2 bilhão com que a entidade conta por ano. Mas, entre funcionários das Nações Unidas, a iniciativa é vista como parte de uma ofensiva do Brasil para se tornar um ator mais presente na região. O País já tem uma fragata nas forças de paz no Líbano, enviou diplomatas para tentar negociar com Bashar Assad na Síria e, agora, aumenta em 700% o montante do envio de recursos aos palestinos.


Com a doação, o Brasil ainda se transforma no maior contribuinte entre os Brics em questões de refugiados palestinos. O governo brasileiro também assumiu a liderança entre os países latino-americanos.


"O Brasil está liderando os Brics no apoio ao trabalho da UNRWA, que se destina a ajudar a criar oportunidades e melhorar a vida de refugiados palestinos em Gaza e na região", declarou o comissário-geral da UNRWA, Filippo Grandi.


Estratégia. A aproximação com o Oriente Médio já havia começado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma Rousseff assumiu o governo mantendo certa distância de alguns ditadores na região.


O projeto de cúpulas entre a América do Sul e o mundo árabe acabou sendo colocado no congelador, principalmente diante das mudanças políticas resultantes dos protestos da Primavera Árabe.


A percepção do governo, porém, é que essa presença pode ser mantida, por meio dos canais da ONU. Grandi viajará ao Brasil no segundo semestre para discutir parcerias para ampliar o auxílio aos refugiados.


Além do Brasil, países latino-americanos como Argentina, Equador, Cuba, Venezuela, Nicarágua, Guiana, Paraguai, Costa Rica e El Salvador reconheceram o Estado palestino com as fronteiras de 1967.

 

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