O
presidente do diretório municipal do Partido Social Democrata Cristão (PSDC) em
Santo André, no ABC, Adriano Giovanni Pieroni, de 48 anos, foi preso, às 21h30
de ontem, após xingar dois guardas civis municipais e chamar um deles de
"macaco", em frente ao velório municipal de São Caetano do Sul,
também no ABC, localizado na Rua Rio Grande do Sul, no bairro Santo Antonio,
próximo ao centro da cidade.
Os
guardas Edemir Edinor da Silva e Jucélio Silva, que trabalham na base
localizada na Alameda São Caetano, no bairro Santa Maria, estavam de serviço
desde as 18h em frente ao velório, onde cinco pessoas eram veladas naquele
momento, entre elas o primo de Pieroni, assassinado com vários tiros no rosto.
Segundo os guardas, a namorada de Adriano disse que ele, momentos antes, havia
tomado três doses de vodca na padaria localizada a 70 metros do velório.
Revoltado
com a morte do primo, o político, ao ver a viatura parada em frente ao velório,
dirigiu-se até os dois guardas e começou a ofendê-los com palavrões. "Ele
estava transtornado. Ainda me chamou de 'preto' e 'macaco'", disse o
guarda civil Jucélio Silva, de 38 anos.
Sem
ser algemado e dominado sem uso de truculência, Pieroni foi colocado dentro da
viatura e levado para o Distrito Policial Sede de São Caetano. "Cinco
velórios ocorriam naquele momento e várias pessoas saíram para ver o que ocorria",
acrescentou Silva.
Ao
chegar na delegacia, Adriano disse ao delegado Sérgio Vidal que havia sido
agredido pelos guardas, o que, segundo a Polícia Civil, não ocorreu, Até as
2h15 desta madrugada, o acusado ainda estava no Hospital Municipal Central, na
Avenida Kennedy, onde passou por exame de corpo de delito - para averiguar se
havia alguma marca de agressão - e por exame de sangue, para medir o teor de
álcool no sangue.
O
político, até o término desta reportagem, segundo a polícia, havia sido autuado
por injúria racial e desacato. Não havia sido confirmado pela polícia se
Pieroni já atuou como policial militar (ele dissera ter sido da corporação).
Pelo fato do racismo ser um crime inafiançável, Adriano deve ficar preso e
aguardar decisão judicial.
Tentativa
de assassinato - Em junho de 2011, Adriano Giovanni Pieroni foi preso ao
invadir, armado com uma faca, a mesma base da guarda civil onde Edemir e
Jucélio trabalham. A esposa de Adriano, após discutir com o marido, foi
perseguida por ele e se refugiou dentro da base.
Horas
antes, a vítima já havia registrado boletim de ocorrência contra Adriano por
violência doméstica. Ao retornar para a casa, teve início uma nova discussão
entre o casal. A mulher, acompanhada da mãe e duas filhas, entrou num dos carros
da família e foi embora, mas acabou perseguida por Pieroni, que ao volante do
outro carro, bateu contra a traseira do veículo da esposa.
Ao
ver a base da Guarda Civil Municipal (GCM), ela parou o carro e entrou no posto
para pedir ajuda aos agentes municipais, momento em que o político invadiu o
local armado com uma faca. Dominado com uso de spray de pimenta, Pieroni,
visivelmente embriagado, ainda chutou a viatura da GCM e foi levado para a
delegacia, onde parentes registraram boletim de ocorrência acusando-o de
agressão também contra a sogra. Na ocasião, ele foi autuado por violência
doméstica, ameaça, desacato, injúria, dano ao patrimônio e embriaguez ao
volante.