Levantamento
realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo aponta que
praticamente a cada dois dias, em média, uma pessoa morre em decorrência de
descarga elétrica em todo o Estado.
Em
2010, último dado consolidado disponível, foram registrados 167 óbitos. Destes,
157 eram homens (94%), com idade entre 30 e 49 anos (81 casos).
Os
homens também lideram o ranking das internações provocadas por contato a
corrente elétrica. Das 1.225 hospitalizações registradas em 2011, 77% eram
masculinas.
De
acordo com o supervisor médico do Grupo de Resgate e Atendimento a Urgências
(Grau) da Secretaria, Gustavo Feriani, a realização das atividades laborais é a
principal razão para que a maioria das vítimas seja masculina. Ele diz que, na
grande maioria das vezes, o trabalho é feito sem equipamentos de proteção ou
cuidados específicos.
Além
disso, houve um crescimento de 91% dos casos de internação por conta à
exposição à corrente elétrica nos últimos quatro anos. Em 2008, foram 642
registros de hospitalização. Em 2009 houve 1.004 internações e, em 2010, 1.031
hospitalizações.
Nestes
últimos quatro anos, a região de Piracicaba é a que mais acumulou casos de
internações (2.584), seguida da Grande São Paulo (762) e de Sorocaba (105). Os
municípios que mais contabilizaram hospitalizações neste período foram
Piracicaba (2.104), São Paulo (457) e São Pedro (164), também localizado na
região de Piracicaba.
Segundo
o supervisor médico do Grau, em muitos casos, a pior lesão não é a que está
visível, uma vez que a corrente elétrica passa pelos tecidos com menor
resistência, causando maior impacto nos músculos, nervos e vasos. A vítima pode
ter arritmia cardíaca grave causada pelo choque, destruição muscular grave, queimaduras
de pele nas áreas de entrada e de saída da corrente elétrica pelo corpo e,
tardiamente, insuficiência renal aguda e até morte.
Para
o especialista, toda queimadura elétrica, mesmo as causadas por baixa voltagem,
necessita de avaliação e cuidados médicos.