Derrota de Dilma marca o fim da lua de mel com PMDB

Por
36 votos a 31, o Senado rejeitou Figueiredo, nome de confiança da presidenta
Dilma Rousseff. “É um explícito desgaste político”, avalia o líder do governo
no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Há uma insatisfação de setores da bancada da
base aliada. Resolveram sacrificar um técnico de grande qualidade do governo
(Bernardo Figueiredo)”, completa.
Um
dos poucos governistas a tentar defender a votação a favor de Figueiredo, o
senador Lindebergh Farias (PT-RJ) afirmou que houve uma articulação para impor
a derrota. “Foi um recado do PMDB. O partido articulou para derrotar o
governo”, diz o senador petista.
Integrante
da ala independente do PMDB, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o
líder da bancada do partido, Renan Calheiros (AL), e o presidente do Senado,
José Sarney (AP), “vão comemorar a derrota”. “Eles estão pressionado o governo.
Votaram com o interesse da hora porque querem alguma coisa”, afirma Simon.
O
Poder Online antecipou na manhã desta quarta-feira que o PMDB vive um racha no
Senado. Então aliado de Calheiros e Sarney, o senador Vital do Rêgo (PB)
resolveu aderir ao grupo de oito senadores peemedebistas insatisfeitos com os
dois líderes. O movimento, porém, ajuda Calheiros e Sarney a se valorizarem
junto ao Palácio do Planalto.
Ao
longo de 2011, o PMDB do Senado manteve-se aliado do governo Dilma. A maioria
das críticas sempre partiu da bancada da Câmara, onde um grupo de 54 deputados
chegaram a apresentar um manifesto com uma série de reclamações contra Dilma e
o PT.
Temer
tentou esvaziar o movimento, pedindo para que todos assinassem o texto e
transformassem o caso numa discussão interna do partido. O que não se esperava
é que a insatisfação chegasse tão rápido ao Senado.
Outros
partidos da base, como PR e o PDT, também estão insatisfeitos com Dilma. As
duas legendas tentam indicar nomes para os ministérios dos Transportes e do
Trabalho, respectivamente. Os dois partidos também ameaçam apoiar a candidatura
de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo contra o candidato do governo
Fernando Haddad (PT).