Falta de higiene fecha 607 restaurantes em São Paulo
condições precárias de higiene

Flagrados
por apresentarem condições precárias de higiene, 607 restaurantes, lanchonetes
e mercados, entre outros estabelecimentos, foram interditados pela Vigilância
Sanitária da cidade de São Paulo no ano passado. O número é 20% maior do que em
2010, quando ocorreram 505 fechamentos temporários. Os agentes sanitários
chegaram a esses locais após denúncias da população e inspeções de rotina.
Segundo
a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), as interdições ocorrem quando são
identificados problemas como alimentos com a validade vencida ou estocados em
locais sem ventilação ou refrigeração adequada ou ainda infestados de insetos,
principalmente baratas e moscas.
A
multa ao estabelecimento vai de R$ 100 a R$ 50 mil, dependendo da infração. Em
casos de interdição, a reabertura só é permitida após a situação ser regularizada.
A SMS não soube informar o motivo do aumento, mas afirma que um local pode ter
sido alvo de mais de uma blitz.
A Vigilância Sanitária atua, muitas vezes, em conjunto com o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), que prende em flagrante quem estiver vendendo comida estragada e sem origem de fabricação. No último dia 7, mesmo sem apresentar falhas de limpeza, o restaurante Ritz, na Alameda Franca, Jardins, foi acusado pelo DPPC de armazenar comida com prazo de validade vencido.
Foram recolhidos 280 quilos de peças como queijos, pancettas e leite
de cabra impróprios para consumo. Um gerente foi preso. Procurada pelo JT, a
assessoria do restaurante não respondeu.
A
professora Avany Bon, coordenadora da Faculdade de Nutrição da Universidade
Anhembi Morumbi, alerta que alimentos vencidos ou armazenados de forma
imprópria podem provocar infecção e intoxicação alimentar, causando diarreia e
vômito. Em casos graves, podem levar à morte por desidratação. “Um alimento
vencido ou que foi malconservado pode conter um número maior de
micro-organismos, bactérias, vírus, ou fungos, que podem causar um distúrbio
gastrointestinal.”
O
delegado Marcelo Jacobucci, titular da 1ª Delegacia de Saúde Pública do DPPC,
diz que o que mais se apreende são queijos estragados. E, segundo ele, foi
detectado que quem mais guarda comida estragada são mercados, padarias e
restaurantes. “Só no ano passado foram 110 toneladas de comidas assim”, lembra
Jacobucci.