Anvisa quer tornar obrigatório teste de prótese de mama antes de liberar venda

Com
o escândalo de próteses mamárias adulteradas envolvendo duas marcas
estrangeiras, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quer tornar
mais dura a entrada dos produtos no mercado brasileiro. A agência reguladora
quer exigir teste de qualidade lote a lote dos implantes de seio antes de
liberar a venda.
A ideia ainda será colocada em consulta pública, que começa nesta quarta-feira,
18, com a publicação no Diário Oficial da União, e vai até 16 de fevereiro
deste ano. No período, a população pode opinar sobre a proposta.
Para conseguir o registro de uma prótese mamária no Brasil, a fabricante
precisa apresentar um certificado de qualidade e de conformidade com as normas
e não é cobrado teste das próteses ser vendida no país, processo adotado com as
marcas Poly Implant Prothese (PIP) e a Rofil, que recentemente foram acusadas
de usar silicone industrial.
Pela nova regra, será obrigatório o exame do produto por laboratórios
nacionais, indicados pela Anvisa e com aval do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para conseguir autorização de
venda.
De acordo com a agência reguladora, o Brasil será o primeiro país a cobrar o
teste de próteses para seios que servirá para “atestar as informações
apresentadas pelo fabricante no momento do registro do produto”. Atualmente, a
Vigilância Sanitária exige a testagem somente de preservativos e luvas.
No prazo de um mês, a Anvisa irá apresentar também plano para monitorar as
próteses vendidas hoje no país.
O Ministério da Saúde e as entidades nacionais de cirurgia plástica e
mastologia devem definir amanhã (18) o atendimento às brasileiras com implantes
das marcas francesa PIP e holandesa Rofil, como exames a serem feitos para
constatar ruptura da prótese e os hospitais públicos que prestarão o serviço.
A estimativa é que cerca de 20 mil mulheres têm as próteses, mas não se sabe
quantas estariam com problemas. As autoridades sanitárias da França
identificaram elevado risco de vazamento do gel das marcas, que pode provocar
problemas de saúde.