Para reduzir pena, presos leem livros como 'O Pequeno Príncipe'

Os
presos mais perigosos do país terão à disposição, ainda no primeiro semestre,
títulos como "O Pequeno Príncipe", clássico de Saint Exupery, e
"1001 Filmes para Ver Antes de Morrer", de Steven Jay Schneider.
Poderão
escolher, ainda, a trilogia "Crepúsculo", de Stephenie Meyer, e
"De Malas Prontas", de Danuza Leão.
Um
programa do Ministério da Justiça vai distribuir 816 livros para as quatro
penitenciárias federais do país.
O
projeto, orçado em R$ 34.170, permitirá que detentos como Fernandinho
Beira-Mar, condenado a 120 anos, reduzam sua pena. Por enquanto, duas concedem
benefícios de redução da pena aos detentos-leitores: Catanduvas (PR) e Campo
Grande (MS).
No
Paraná, o juiz concede até quatro dias para quem, em até 12 dias, ler um livro
e apresentar uma resenha.
Uma
comissão avalia a resenha e, se considerá-la de boa qualidade, concede ao
detento mais um dia de redução.
Os
livros "Crime e Castigo", de Dostoiévski, e "Incidente em
Antares", de Erico Veríssimo, foram obras trabalhadas na unidade, que tem
60 presos participando do projeto.
Em
Campo Grande, são três dias de redução para cada 20 dias que o detento utilize
para ler um livro e preparar uma resenha. A avaliação é feita por um juiz
federal.
Segundo
agentes penitenciários, Beira-Mar, que já passou pelas duas penitenciárias, é
um "consumidor voraz" de livros. Já leu "O Caçador de
Pipas", de Khaled Housseini, além de "Arte da Guerra", de Sun
Tzu, e "Código da Vinci", de Dan Brown.
Quando
chegou a Mossoró (RN), logo se inscreveu em um projeto da penitenciária com a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, chamado de
"Filosofarte". Diminuía um dia de sua pena a cada três de leitura.
O
programa foi suspenso em dezembro, mas poderá ser retomado após convênio com a
Justiça federal.