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“A
criatividade nos ajuda a resolver questões difíceis em vários campos, mas
também pode nos levar a adotar caminhos pouco éticos na solução de problemas”,
afirma a principal autora do estudo, Francesca Gino.
Francesca
e sua equipe usaram uma série de testes psicológicos para avaliar a
criatividade e inteligência de quase cem voluntários. Em cada um dos cinco
experimentos, os participantes ganharam uma pequena quantia para participar.
Então, eles receberam tarefas ou testes em que eles poderiam ser pagos, mas
apenas se trapaceassem.
Por
exemplo, em um dos experimentos eles completaram um teste de conhecimentos
gerais, circulando a resposta em um papel. No final, foi pedido que eles
transferissem as respostas para um papel de prova comum, marcando “x”. O pesquisador
disse ao grupo que ele havia fotocopiado o papel errado, e as respostas certas
estavam marcadas. E, claro, o pagamento seria melhor de acordo com o maior
número de corretas. A ideia é que eles poderiam trapacear sem serem pegos.
Porém, os papéis tinham o nome de cada um. E novamente os mais criativos foram
mais trapaceiros.
Apesar
dos pesquisadores terem encontrado uma ligação entre criatividade e
desonestidade, eles não acharam o mesmo com relação à inteligência. Por
exemplo, os experimentos mostraram que os “inteligentes-mas-menos-criativos”
não eram tão propensos à desonestidade, mesmo em comparação aos considerados no
estudo menos inteligentes ou menos criativos.
“Estar
apto a gerar justificativas originais para ações desonestas leva as pessoas a
sentirem-se livres para trapacear”, afirma a autora.
Para
ela, as descobertas têm aplicações práticas. “Os resultados mostram que, de
fato, pessoas mais criativas no trabalho talvez se coloquem mais em situação de
risco quando confrontadas por dilemas éticos.”
Porém,
antes de desconfiar do seu amigo, Francesca ressalta que para este estudo foram
criadas situações em que os participantes foram seduzidos pelo dinheiro, e que
mais pesquisas são necessárias para confirmar os achados.
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