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No Brasil, há 630 mil pessoas com Aids,
e o maior risco de contágio está no grupo formado por mulheres jovens e o
público gay masculino, informou o Ministério da Saúde, nesta segunda-feira
(28).
“O maior aumento [na preocupação específica em relação à
vulnerabilidade] foi entre jovens gays, nas jovens travestis e nas mulheres de
13 a 19 anos. Isso chama muito atenção para nós”, destacou o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha. O ministro se refere ao aumento dos casos das jovens de 13 a
19 anos, no ano de 2010, em relação aos meninos na mesma faixa etária. Este
grupo de jovens foi o único no qual as mulheres ultrapassaram os homens, no ano
passado, como infectadas pela doença: elas eram 2,9 por 100 mil habitantes ante
2,5 deles por 100 mil habitantes.
No caso dos jovens homossexuais, a pesquisa identificou que
aqueles entre 15 e 24 anos tiveram um aumento em 2010 em relação a 2009 de
número de infectados, indo de 24,3 para 26,9 por 100 mil habitantes.
Segundo o estudo, a probabilidade de homens gays, de 18 a 24 anos, é 13 vezes
maior do que rapazes heterossexuais. Por isso, eles serão um dos focos
das campanhas, como a do dia 1º de dezembro, no dia mundial de luta contra
Aids.
A preocupação com as jovens de 15 a 24 anos se deve ao
aumento dos casos e proximidade com a incidência encontrada entre os homens da
mesma faixa etária. A relação de mulheres infectadas, em 2010, é de 1,6 casos a
cada 100 mil habitantes, enquanto o de homens é de 2 casos a cada 100 mil
habitantes, nesta faixa.
A tendência do crescimento da doença entre o público jovem é
mundial. Relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids,
divulgado na última segunda-feira (21), mostra que, apenas em 2010, houve mais
de 7.000 novas infecções por dia em todo o mundo, dos quais 34% entre jovens de
15 a 24 anos.
Maior incidência
Apesar de a campanha identificar a maior vulnerabilidade
entre jovens e gays, a maior taxa de incidência da doença em 2010 foi na faixa
etária de 35 a 39 anos, em ambos os sexos.
A pesquisa mostrou ainda que a diferença entre homens e
mulheres infectados é cada vez menor. Em 1989, eram seis homens para cada
mulher infectada. Em 2010, a razão é de 1,7 homem para cada mulher.
Somente em 2010, a taxa de incidência entre homens
infectados foi de 22,9 por 100 mil habitantes e nas mulheres, a taxa é de 13,2
por 100 mil habitantes.
Queda em transmissão de mãe para filho
Um dos resultados apontados do aumento das campanhas
governamentais foi a diminuição da transmissão vertical – aquela que a mãe
infectada passa para o filho. Houve uma queda de mais de 40%, segundo o
Ministério da Saúde, entre 1998 a 2010.
“Observamos a redução da transmissão da mortalidade e da
transmissão vertical. O acesso das mulheres no pré-natal fazer o diagnóstico
foi fundamental”, afirmou o coordenador da Unaids no Brasil, Pedro
Chequer.
Passados 30 anos dos primeiros registros da doença no
Brasil, o ministério considera que a epidemia está estável e, concentrada em
alguns subgrupos populacionais em situação de vulnerabilidade.
A estimativa de pessoas infectadas está em cerca de 0,6% da população
brasileira, já a identificação de novos casos de 2010 diminui em relação a
2009, de 18,8 por 100 mil habitantes para 17,9 por 100 mil habitantes.
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