Continua após os destaques >>
Foto: divulgação
O
presidente da holding J&F e do conselho de administração da JBS, Joesley
Batista, disse nesta quinta-feira que, se o governo de São Paulo não revir o sistema
tributário, o Estado perderá mais unidades frigoríficas tanto da empresa quanto
de seus concorrentes. "Há 15 anos, especificamente no governo Covas,
o Estado criou condições tributárias favoráveis para deixar a indústria de
carne crescer e cidades como Barretos, Andradina, Presidente Epitácio foram
ressuscitadas", disse o executivo. "Mas, com essa atual política
tributária, já fechamos três unidades no Estado, inclusive a de Presidente
Epitácio", afirmou o executivo. As informações são da Agência Estado.
"Desde
2005, o Estado vem desincentivando a indústria", criticou Batista,
ressaltando que, se o governo não "reagir", mais plantas frigoríficas
poderão ser fechadas. "Não só minhas, mas as dos nossos concorrentes
também. A questão é uma guerra fiscal, mas em vez de ser entre Estados, a
indústria que é punida", disse.
A
JBS, inclusive, tem a maior unidade industrial da companhia e do mundo no Estado,
que é a de Lins, no interior de São Paulo, ex-Bertin, que conta com mais de 8
mil funcionários. "Parece que São Paulo não quer mais frigoríficos. Nunca
recebi um telefonema do governador para conversarmos sobre o assunto",
ressaltou, informando que o Estado representa de 3% a 4% do negócio global da
companhia.
O
principal fator que interfere na permanência da indústria em São Paulo é a
definição da alíquota de créditos de ICMS do governo paulista pelo valor do
produto vindo de outros Estados. Atualmente, a devolução é de 3% e o governo de
São Paulo já propôs ampliar esse porcentual para uma faixa entre 4% e 6%.
"Era 19% e o Estado já ''comeu'' 13% disso e ainda quer tirar mais 2%. Não
dá para ficar desse jeito", disse Batista, que declarou que nem incentivo
à exportação a indústria de carnes tem mais.
O
executivo aproveitou para reafirmar que os ativos da BRF Brasil Foods que estão
à venda não são interessantes para a JBS. "Não estamos olhando para
eles", disse. Já sobre uma eventual fusão com Marfrig e Minerva, ou mesmo
a compra da Marfrig, o executivo declarou que são "somente rumores".
Destaques >>
Leia mais notícias em andravirtual
Curta nossa página no Facebook
Siga no Instagram