Mais de 20% dos jovens comem na frente da TV ou do computador, mostra pesquisa

Mais de 20% dos jovens comem na frente da TV ou do computador, mostra pesquisa

Foto: Thinkstock 


Mais de 20% dos jovens sempre fazem suas refeições na frente da TV ou do computador. É o que mostra pesquisa feita com quase 8,5 mil alunos da 7ª série ao Ensino Médio (13 a 17 anos) de 82 escolas da rede particular de ensino de todo o país, divulgada nesta quinta-feira (10).

 

O levantamento também mostra que 25% deles comem saladas ou legumes apenas uma ou duas vezes por semana, enquanto 15% não comem esse tipo de alimentos nunca. Além disso, 19% comem frutas ou tomam sucos naturais apenas uma ou duas vezes por semana.

 

A pesquisa faz parte do projeto “Este jovem brasileiro”, desenvolvido pelo Portal Educacional (www.educacional.com.br) e contou com a coordenação do psiquiatra Jairo Bouer. “A pesquisa revela que a maior parte dos entrevistados tem uma atitude bastante positiva em relação aos cuidados com a alimentação, com a atividade física, com a saúde física e a emocional”, diz o médico.

 

Entre os jovens entrevistados, 65% têm seu IMC (índice de massa corporal) normal, quase 25% têm o peso abaixo do ideal para sua altura, 8% têm sobrepeso e 2% revelam níveis de IMC compatíveis com obesidade. Emoções, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e questões familiares podem influenciar o IMC.

 

Índices mais altos do que a média foram encontrados entre os jovens que têm relação péssima em casa, que ficam tristes ou desanimados sempre, não estão satisfeitos com seu corpo, fazem apenas duas refeições diárias, comem sempre na frente da TV ou do computador, raramente fazem atividade física, ficam mais de 8 horas por dia diante da TV ou computador, passam os finais de semana em casa,  consideram ruim sua alimentação, se veem como sedentários ou muito preguiçosos, e têm pai ou mãe com problema de obesidade

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Ataques à geladeira

 

A pesquisa também investigou comportamentos que podem revelar certo descontrole sobre a forma de se alimentar, e revela uma pequena parcela de jovens com comportamentos que merecem atenção. "Ataques" à geladeira ou ao armário de alimentos foram citados como comuns por 12% dos entrevistados, e cerca de 7% disseram que sentem culpa depois de se alimentar, levando-os a provocar vômito ou uso de laxantes na tentativa de aliviar essa sensação.

 

Atividade física

 

Do universo pesquisado, 71% dizem praticar atividade todos os dias ou quase todos os dias. Outros 29% fazem pouca ou não fazem nenhuma atividade com frequência. Já em relação a um esporte definido, 42% não praticam nada regularmente. A motivação principal para se praticar atividade física é o lazer, mas os garotos admitem que desejem ficar mais fortes, as meninas querem entrar em forma e emagrecer.

Segundo a pesquisa, 29% dos jovens passam pelo menos 5 horas por dia diante de um computador e 10% ficam mais de 4 horas diárias vendo TV; nos finais de semana, quase 14% ficam “internados” em casa e outros 30% ficam a maior parte do tempo em casa, saindo de vez quando.

 

Preocupação com a saúde

 

Quase 88% dos jovens entrevistados declararam que a saúde é uma preocupação, mas 43% não costumam ir ao médico para controles. Enquanto as garotas, em teoria, devem ir ao ginecologista uma vez ao ano, os garotos ficam sem uma referência depois que deixam de ser acompanhados pelo pediatra.

Quase 15% acham que sua saúde hoje está apenas regular ou não está boa, mais de 30% acham que estão com peso um pouco acima ou muito acima do normal, e, no outro extremo, 14% acham que seu peso está um pouco abaixo ou muito abaixo do desejável, sendo que 2% dizem que estão muito abaixo. “Talvez esse seja um grupo que precise de uma avaliação mais urgente para checar eventuais alterações hormonais e evitar problemas de saúde e até de transtornos alimentares como bulimia e anorexia”, destaca Bouer.

 

Influência dos pais

 

Além da genética, o comportamento dos pais obesos parece influenciar na relação do jovem com seu corpo, sua saúde e seu padrão de alimentação. Em relação a ter pai e mãe com obesidade, a resposta foi positiva com mais frequência entre os jovens que sempre vão a lanchonetes e redes de  fast-food, quase nunca fazem atividade física, avaliam sua alimentação como ruim, comem fritura, alimentos gordurosos, sanduíche e salgadinhos industrializados todos os dias e não comem frutas.

Ter pai e mãe fumantes aparece com maior freqüência nos grupos de estudantes que fumam e bebem quase todos os dias.

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