Foto: divulgação
O
traficante mais procurado do Rio, Nem, preso na madrugada de
quinta-feira, incluiu policiais civis e miliares em seu longo depoimento à
Polícia Federal. Segundo informações do jornal “O Globo”, ele disse que metade
do faturamento ia para o suborno de agentes militares e civis da banda pobre.
O valor do faturamento o chefe do tráfico na Rocinha não confirmou, mas a
estimativa é que chegasse a R$ 100 milhões por ano. Segundo ele, as constantes
extorsões faziam que às vezes o lucro fosse zero. O criminoso chegou a
apresentar datas e outros detalhes de casos de pagamento de propina, e afirmou
que parte do dinheiro arrecadado com a venda de drogas ia para ações de
assistencialismo na Rocinha, como enterros de moradores, obras e compra de
remédios e cestas básicas.
Nem, de 35 anos, comandava o tráfico na comunidade há seis anos. Cerca de 200
homens armados trabalhavam para ele, e seus comparsas tentaram subornar os
policiais que o prenderam com R$ 1 milhão. Ao ser pego, entrou em contato com a
mãe. O bandido está em Bangu I, onde não tem direito a visitas, mas será
transferido para um presídio federal.
A operação que prendeu Nem, escondido no porta-malas de um carro que tentava
driblar a polícia, contou com a parceria de agentes civis, miliares e federais.
A Rocinha vive uma espécie de “pré-pacificação”, e a ocupação deve ocorrer
neste fim de semana. Localizada em uma área nobre do Rio, a maior favela da
América Latina continua cercada. Até caminhões de lixo estão sendo revistados.