Estudos de uma tal de Universidade de Harvard constataram que cerca de 1500 mensagens publicitárias tentam impactar um consumidor em um dia, sejam spots de rádio, outdoors, anúncios televisivos, pop-ups que a gente fecha em segundos, etc. Destas 1500 mensagens, o consumidor é atingido apenas com 80, e realmente lê e presta atenção em 15.
Essa quebra realmente impressiona e ratifica que existe
hoje existe um verdadeiro bombardeio de mensagens em nós consumidores. E não é
preciso muita capacidade técnica para chegarmos a uma conclusão óbvia: uma
pessoa normal simplesmente não consegue decodificar tamanho volume de
informação. A nossa capacidade de absorção é limitada e cabe aos bem pagos
profissionais que planejam essas mensagens o dever de minimizar esse desperdício
de esforço e de dinheiro. Sim, o resultado disso é dinheiro na lata de lixo.
O
fato é que existe hoje uma nova e irreversível ordem no mundo da comunicação de
marketing, mais precisamente no modelo clássico de comunicação, antes era uma
via de mão única, ou seja, emissor emitindo uma mensagem a um receptor, e agora
esse receptor não é mais um mero receptor, ele não só reduziu sua capacidade de
recepção como também se transformou em um emissor com as mesmas prerrogativas
de emissor clássico. Com a avassaladora revolução tecnológica que presenciamos
hoje, o nosso antigo receptor agora produz informação, gera conteúdo, planeja
mensagens, canais, freqüência, produz buzz (podemos citar aqui o emblemático
caso do Sr. Borelli com a sua Brastemp).
Os
planejadores de comunicação devem levar em consideração essa nova dinâmica, e
mais que isso, onde já se exigia grandes esforços, nesse novo cenário, os
esforços agora devem ser ainda mais precisos. A convergência de mídias, a
portabilidade e a mobilidade são novos elementos que protagonizam o atual
momento de mercado, e ter métricas de avaliação claras e bem desenhadas
torna-se uma das etapas mais fundamentais do nosso universo midiático.
Na
prática, o que se evidencia são profissionais da criação forçados por seus
clientes a calibrar seu esforço criativo de acordo com um orçamento
pré-determinado, uma inédita saturação de mensagens que implica na
não-decodificação do receptor, e principalmente, uma descrença geral dos
consumidores em relação a meios tradicionais de comunicação. A gente fica com a
clara sensação de que estão tentando nos bombardear com algo. Percebe-se no
universo da comunicação o uso de formas muito previsíveis e pragmáticas para se
conectar ao consumidor, e nesse contexto, chegar a uma big idea torna-se uma
tarefa cada vez mais complexa. Conclusão: joga a palavra "Cannes Lions"
no YouTube e inspire-se!