Foto: Agência Brasil
Em
reportagem de capa deste sábado (15), a "Veja" aponta que o atual
ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB) --à frente da pasta desde 2006--
recebeu propina na garagem do ministério em Brasília. Segundo a revista, que
entrevistou o policial militar João Dias Ferreira, preso no ano passado acusado
de fazer parte de um esquema supostamente organizado pelo partido comunista
para desviar dinheiro público usando ONGs como fachada, Silva recebeu o
dinheiro das mãos de uma espécie de faz-tudo do esquema, Célio Soares Pereira.
No ano passado, a polícia de Brasília prendeu cinco pessoas acusadas de desviar
dinheiro de um programa criado pelo governo federal para incentivar crianças
carentes a praticar atividades esportivas --o Segundo Tempo. O grupo era
acusado de receber recursos do Ministério do Esporte através de ONGs e embolsar
parte do dinheiro.
O PM contou à "Veja" que o esquema pode ter desviado mais de R$ 40
milhões nos últimos oito anos. "As ONGs, segundo ele, só recebiam os
recursos mediante o pagamento de uma taxa previamente negociada que podia
chegar a 20% do valor dos convênios. O partido indicava desde os fornecedores
até pessoas encarregadas de arrumar notas fiscais frias para justificar
despesas fictícias", diz a reportagem.
Ainda na entrevista à revista, o policial afirma que, na gestão de Agnelo Queiroz
no Ministério do Esporte (antecessor de Silva), o Segundo Tempo já funcionava
como fonte do caixa dois do PCdoB --e que o gerente do esquema era o atual
ministro Orlando Silva, então secretário executivo da pasta.
O ministro do Esporte está em Guadalajara, no México, onde participou nesta
sexta (14) da abertura dos Jogos Pan-Americanos 2011 e hoje participará de uma
reunião com ministros de Esporte do Mercosul. No Ministério do Esporte, em
Brasília, não há expediente neste sábado, portanto ninguém respondeu as
acusações da revista.