Risco de lesão é maior em esportistas eventuais

Peladeiros

Foto:Fabiano Marinho


É o que afirma André Pedrinelli, chefe do setor de Medicina Esportiva do Hospital Santa Catarina, em São Paulo. “Comparando o tempo que esses esportistas passam em treinos e jogos, e dividindo isso pelo número de lesões, é possível perceber que eles não ficam tanto tempo assim lesionados. Os esportistas eventuais, ao contrário, têm uma média muito maior. Alguns indivíduos têm uma lesão para cada jogo no final de semana. É uma média muito maior.”


O que determina essa “má sorte” dos esportistas eventuais é nada menos do que o nível de sedentarismo do indivíduo. Quanto mais exercício se faz – e isso tem a ver com quantas vezes por semana e não na quantidade de horas – maior o fortalecimento dos músculos, mais sessões de alongamento e uma melhoria considerável nos reflexos dos movimentos, a chamada habilidade motora fina.


“O treino leva a uma melhor resposta do gesto controlado pelo sistema nervoso central. Consequentemente esse tipo de esportista habitual deixa de correr os riscos de um esportista eventual. Ele consegue controlar melhor seu movimento, tem menos impactos com os adversários – no caso dos esportes de contato –, tem menos torções e cai menos. Mesmo quando caem, essas pessoas relativamente mais treinadas se saem melhor nas quedas”, explica Pedrinelli.


Indivíduos mais sedentários também têm um risco maior de lesões articulares, pois com músculos menos fortalecidos, joelho, tornozelo e mesmo ombros e pulsos são mais impactados.


O hábito protege contra novas lesões e problemas

E quanto melhor se conhece o esporte, menor os riscos da prática, sejam eles intrínsecos – que são relacionados com o atleta em si, como eventuais lesões anteriores – como os extrínsecos, aqueles relacionados com o uso dos equipamentos de proteção, tipos de calçado e de terreno e diversos outros fatores.


“Mas quando pensamos em esportes, não devemos nos confundir e achar que apenas os esportes de contato são mais arriscados para desenvolver uma lesão muscular ou uma torção, por exemplo. Nos esportes com menor impacto – a exemplo da natação, ciclismo ou mesmo a corrida leve – também há diversos riscos envolvidos”, diz o especialista em medicina do esporte.


Pedrinelli aponta que esses esportes envolvem movimentos de repetição constante e pode haver problemas como a lesão por esforço repetitivo (LER), tendinite e fraturas por estresse.


Descobrir os limites

A dica para todos esses níveis de esportistas é saber qual o próprio limite. “Em medicina esportiva, esse limite é chamado de ‘envelope fisiológico’, ou seja, a capacidade que o seu corpo tem de responder aos estressores físicos. É um conjunto de fatores que precisa ser avaliado inicialmente e depois que se começa a treinar com mais regularidade ele vai se modificando. Além disso, ano a ano é preciso fazer essa reavaliação por conta do avanço da idade. Cada pessoa precisa conhecer o próprio corpo antes de impor um limite irreal para ele”, diz.


Por isso, antes de se engajar em uma atividade física – seja por prazer ou por ordens médicas – o médico indica o chamado Check-Up Esportivo. “É similar ao check-up de saúde rotineiro, mas com as especificidades do esporte que se quer treinar. São testes de força, alongamento – que é determinado para cada grupo muscular que vai se exercitar –, equilíbrio e acompanhamento nutricional”, detalha Pedrinelli.


Esse tipo de cuidado prepara a base para que essas atividades sejam cada vez mais prazerosas e envolvam menos riscos. Isso quer dizer menos dores, menor perigo de fraturas e evita que a comemoração da vitória do time se dê no pronto-socorro de um hospital.


 

Leia mais notícias em andravirtual

Curta nossa página no Facebook

Siga no Instagram

Últimos Destaques

Publicidade

Para otimizar sua experiência durante a navegação, fazemos uso de cookies. Ao continuar no site, consideramos que você está de acordo com nossa Política de Privacidade

close