Secretaria considera campanha com Gisele sexista e pede sua suspensão
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A
Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), da Presidência da República, pediu
a suspensão da campanha "Hope ensina", estrelada pela modelo Gisele
Bündchen. Nos filmes abaixo, as situações apontadas como corretas são as que a
modelo aparece vestindo apenas calcinha e sutiã.
"'Hope
ensina' é a campanha da empresa que 'ensina' como a sensualidade pode deixar
qualquer homem 'derretido'. Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres
brasileiras a fazerem uso de seu 'charme' (exposição do corpo e insinuações)
para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do
cotidiano", informou a secretaria em comunicado.
Para
a secretaria, "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da
mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos
alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta
conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os arts. 1° e 5° da
Constituição Federal."
Segundo
a secretaria, ainda, desde que foi ao ar, dia 20, a ouvidoria da SPM, recebeu
reclamações a respeito da propaganda e enviou ofícios ao Conar (Conselho
Nacional de Autorregulamentação Publicitária), pedindo a suspensão da
propaganda e outro, ao diretor na Hope Lingerie, Sylvio Korytowski,
manifestando repúdio à campanha.
Em
nota oficial, a Hope diz que "a propaganda teve o objetivo claro e bem
definido de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da
mulher brasileira, reconhecida mundialmente, pode ser uma arma eficaz no
momento de dar uma má notícia. E que utilizando uma lingerie Hope seu poder de
convencimento será ainda maior."
"Foi exatamente para evitar que fôssemos analisados sob o viés da subserviência ou dependência financeira da mulher que utilizamos a modelo Gisele Bundchen, uma das brasileiras mais bem sucedidas internacionalmente. Gisele está ali para evidenciar que todas as situações apresentadas na campanha são brincadeiras, piadas do dia-a-dia, e em hipótese alguma devem ser tomadas como depreciativas da figura feminina. Seria absurdo se nós, que vivemos da preferência das mulheres, tomássemos qualquer atitude que desvalorizasse nosso público consumidor", informou a nota, assinada pela diretora Sandra Chayo.