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O
simples gesto de abrir uma torneira torna-se quase impossível. Engatar uma
marcha ao volante assemelha-se a um ato heróico. Levar os talheres à boca
durante a refeição pode provocar gritos de dor. Parece exagero? Situações assim
fazem parte do dia-a-dia de quem sofre de tendinite, uma espécie de inflamação
nos tendões que paralisa homens e mulheres de qualquer idade.
As vítimas costumam ter algo em comum: passam horas fazendo movimentos
idênticos. A demora em tratar o problema também é algo bastante comum entre os
pacientes com tendinite, conforme avalia o médico Gustavo Velloso, professor de
ortopedia da Universidade de Brasília. "Como a dor chega devagar, a
maioria só procura ajuda depois que o desconforto fica insuportável",
explica.
O que pouca gente sabe é que o problema não deriva apenas de movimentos
repetitivos. "Esse é um dos fatores que favorecem o aparecimento da
doença. Mas não é o único", alerta o fisiatra Marcelo Riberto, do Centro
de Dor do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. "É importante citar a má
postura e a exposição a ambientes tensos".
Trabalhar em condições estressantes ou enfrentar pressões psicológicas são
gatilhos que podem detonar o surgimento do problema. Mas o inverso também
ocorre. Não é raro encontrar casos de pacientes que, graças às limitações de
movimento, acabam desenvolvendo um mal-estar psicológico e precisam recorrer a
um especialista. "O medo de se tornar incapaz ou a possibilidade de nunca
mais realizar alguma atividade prazerosa traumatiza muita gente", comenta
o doutor Marcelo.
Demora agrava o problema
Se
detectada antes de se tornar crônica, a inflamação consegue ser tratada em
cerca de dois meses. Algumas sessões de fisioterapia também são indicadas e
vale a pena manter intervalos regulares para alongar os músculos durante o
expediente - a cada duas horas, pelo menos.
Nos casos mais graves, no entanto, a saída é apelar para uma receita mais
abrangente, que inclui acupuntura, fitoterapia e medicação tradicional.
"Em média, 71% dos pacientes que optam pela medicina complementar relatam
o desaparecimento total dos sintomas após dois meses de cuidados", diz o
clínico geral Paulo Farber, presidente da Associação Brasileira de Medicina
Complementar. "Esse número cai para 50% quando o tratamento se restringe
ao uso de remédios. E mais: nessas condições, o mal-estar diminui, não
some".
Previna-se!
Postura
certa
Ao digitar, preste atenção para não flexionar os punhos, que devem permanecer
na horizontal. Se for o caso, coloque um apoio na base do teclado
Dedo em riste
Gestos delicados e precisos como este ajudam a trabalhar os músculos e eliminam
a tensão acumulada. Ao mesmo tempo, eles previnem e tratam a tendinite
Pulso firme
Trabalhe a tensão nos pulsos com este exercício. Devagar, abra e feche cada uma
das mãos 20 vezes. Repita a prática pelo menos três vezes ao dia
Contrapressão
Este exercício ajuda a aliviar o estresse durante o expediente. Aperte com
força uma bolinha flexível durante cinco segundos e solte-a devagar. Repita o
movimento 20 vezes.
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