O
Grupo Amazonas, maior fabricante de solados para a indústria calçadista,
anuncia hoje seu plano estratégico para disputar fatia do segmento de sandálias
de borracha, negócio dominado por marcas poderosas, como Havaianas (do Grupo
Alpargatas) e Ipanema (da Grendene).
O
projeto Amazonas Sandals, o primeiro do grupo destinado ao varejo de calçados,
terá a missão de melhorar a rentabilidade da produção.
Enquanto
a manufatura de solados oferece rentabilidade bruta de 3,5% a 4%, em média, a
produção de um par de sandálias para o varejo terá margem entre 10% e 12%. Isso
deve impulsionar o faturamento do grupo em 23% Ðem torno de R$ 85 milhões.
Segundo
Hamilcar Pucci, presidente e integrante da terceira geração da família que
controla a Amazonas, a decisão de criar uma marca surgiu depois de o grupo
abandonar o temor de concorrer com os clientes.
O
Grupo Amazonas se consolidou como grande fabricante de sandálias para outras
marcas, como Colcci, Calvin Klein e até para a própria Havaianas. O mercado
brasileiro produz atualmente 28 milhões de pares por mês.
FIM
DO VERÃO
O
objetivo da nova marca é deter fatia de 5% do mercado até o fim do verão, em
março de 2012 Ðquando o grupo completará 65 anos.
Para
isso, a Amazonas reservou capacidade industrial para produzir de 1,5 milhão de
pares por mês Ðparte na matriz, em Franca, e parte na unidade de João Pessoa
(PB).
O
investimento, diz Ariano Novaes, diretor de marketing e responsável pelo
projeto, foi de R$ 5 milhões até agora, aplicados ao longo dos últimos quatro
anos. O plano agora é fazer novo aporte para o posicionamento de marca, algo
como R$ 5 milhões. É uma cifra modesta, reconhece Novaes, mas suficiente para
as aspirações iniciais do grupo no varejo.
A
Amazonas fará campanha nacional para divulgar sua marca. O objetivo é alcançar
consumidores das classes A, B e C, com modelos de sandálias produzidas com
borracha reciclada e 100% natural. Esse será o apelo e o foco do projeto de
comunicação.
O
projeto Amazonas Sandals quer trilhar o caminho aberto pelo Grupo Alpargatas,
que transformou o velho chinelo de borracha num produto internacional.
O
Grupo Alpargatas foi avisado nesta semana do plano da Amazonas. A empresa e a
Grendene não se pronunciaram sobre o surgimento do novo concorrente.