No
final da noite de quinta-feira, a juíza Patrícia Acioli, 47, da 4ª Vara
Criminal de São Gonçalo (RJ), foi morta com vários tiros quando se aproximava
da entrada do condomínio onde morava, no Timbau, bairro do distrito de
Piratininga, em Niterói (RJ). A polícia acredita na hipótese de emboscada e
crime encomendado. A juíza estava sem seguranças quando foi atacada.
Ao
volante de um Fiat prata Idea, a vítima foi surpreendida por homens utilizando
toucas ninja e ocupando duas motos e dois carros. Foram feitos pelo menos 15
disparos de pistolas calibres 40 e 45 contra a vítima, que morreu no local. A
polícia espera contar com eventuais imagens gravadas pelas câmeras de segurança
existentes na portaria do condomínio.
Prisões
e ameaças
A
juíza, segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Manoel
Alberto Rebelo dos Santos, que esteve no local do crime, havia recebido várias
ameaças de morte. Entre algumas decisões de Patrícia, está a prisão de
policiais militares de São Gonçalo que sequestravam traficantes e, mesmo depois
de matá-los, entravam em contato com familiares e comparsas exigindo dinheiro
para soltura.
A
juíza também decretou a prisão preventiva de policiais militares acusados de
forjar confrontos com bandidos, mortos durante a abordagem. O nome da juíza
estava em uma "lista negra" feita pelo criminoso Wanderson Silva
Tavares, o "Gordinho", preso no Espírito Santo em janeiro deste ano e
chefe da quadrilha de extermínio que agia em São Gonçalo e teria assassinado
pelo menos 15 pessoas em três anos.