Acusações atingem
diretamente o ministro Wagner Rossi / Antonio Cruz/ ABr
O
ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transformou uma empresa pública, a Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), em um cabide de empregos para acomodar
parentes de líderes políticos de seu partido, o PMDB, de acordo com reportagem
publicada neste domingo pelo jornal “Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal, de
junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais do que quadruplicar o
número de assessores especiais do gabinete do presidente - de seis para 26
postos.
Algumas contratações foram assinadas de próprio punho pelo ministro, homem de
confiança do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB.
Novas
denúncias
Esta é a segunda grande denúncia contra o Ministério da Agricultura neste final
de semana. Ontem, a “Veja” divulgou reportagem que mostra a atuação de um
lobista dentro do governo.
O lobista, segundo a publicação, teria acesso liberado à entrada privativa do
ministério e usaria uma sala com computador, telefone e secretária na sobreloja
do prédio, onde está instalada a Comissão de Licitação - repartição que elabora
as concorrências que, só neste ano, deverão liberar R$ 1,5 bilhão da pasta.
A denúncia resultou na queda do secretário executivo do Ministério da
Agricultura, Milton Ortolan, que pediu demissão. Em nota publicada no site do
ministério, Ortolan repudiou as informações e diz não ser conivente com
irregularidades e desvios de recursos no ministério. “Não participei e nem
compactuo com ilegalidades. Tenho 40 anos de serviço público. Jamais fui acusado
de conduta irregular”, diz Ortolan em nota.