A
queda da temperatura abaixo de 17°C - o que aconteceu 12 vezes só neste mês até
agora em São Paulo - aumenta os efeitos da poluição e provoca um salto de até
62% nas internações por problemas respiratórios na capital paulista. É o que
mostra estudo da Universidade de São Paulo (USP) cujo objetivo é criar um
índice para prever os impactos à saúde a partir dos registros de temperatura,
poluição e também umidade do ar, que ontem chegou a 23%, marca mais baixa do
ano.
O
índice preencheria uma lacuna em São Paulo, que sofre com combinações severas
de baixa umidade do ar e poluição. Atualmente, espera-se chegar a níveis
drásticos para que alguma medida - como uma possível restrição de veículos ou
fechamento de escolas - seja debatida.
A
pesquisa mostra que depender dos alertas atuais, como os da Defesa Civil para o
frio e a umidade, é arriscado. Segundo o estudo, quando há aumento de
internações por problemas respiratórios, os índices de poluição estão bem
abaixo de níveis considerados preocupantes. A temperatura e a umidade, em
combinação com os gases poluidores, são os fatores preponderantes para
problemas de saúde.
"Conseguimos
ponderar a influência de cada variável climática ou de poluente para saber o
que está atuando com mais força em determinado momento", explica a
meteorologista e autora da pesquisa, Micheline Coelho, pós-doutoranda da
Faculdade de Medicina da USP.
A
pesquisadora já identificou que, a partir dos 17°C, a combinação com a presença
dos poluentes no ar torna-se mais perigosa e faz os atendimentos dispararem. As
internações por asma, por exemplo, saltam 33% quando a baixa temperatura
combina-se com níveis acima de 56 microgramas por metro cúbico de Material
Particulado (MP), as partículas inaláveis, como poeira. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.