Uma
pesquisa feita pela Robert Walters, consultoria multinacional de recrutamento,
mostra que os executivos brasileiros já estão entre os mais bem pagos do mundo.
A
empresa lançou um aplicativo para iPhone, chamado "iPhone Instant Salary
Checker", que mostra os salários médios pagos para profissionais de
diversas áreas em vários países, permitindo uma comparação entre eles.
O
salário de um diretor de RH no Brasil, por exemplo, varia de R$ 240 mil a R$
455 mil por ano, de acordo com o grau de experiência do profissional. Um
funcionário que ocupa essa mesma posição em Londres, no Reino Unido, recebe
salários médios anuais de R$ 363 mil e, em Xangai, na China, de R$ 280 mil por
ano.
Outra
área sensível nas empresas é o setor tributário. No Brasil, o salário de um
diretor dessa área já varia de R$ 200 mil a R$ 345 mil por ano e a função
continua se valorizando."Além de muito valorizado no mercado, esse
profissional não pode ser substituído por um expatriado. É difícil fazer alguém
que não é brasileiro entender o complexo sistema de impostos do país",
afirma Frédéric Ronflard, diretor de operações da Robert Walters no Brasil, em
um comunicado à imprensa.
“O
real valorizado e o aquecimento do mercado brasileiro têm acentuado a curva de
evolução salarial no país. O maior crescimento dos salários está em áreas como
a de finanças, onde o Brasil chega a superar, em alguns casos, a média de
mercados da Europa, dos Estados Unidos e da China”, diz Ronflard.
A
pesquisa mundial realizada pela empresa de consultoria, intitulada Salary
Survey, mostra que os executivos com oito anos de experiência ou mais de dez
anos de experiência, de cargos de alta gerência, foram os que tiveram maiores
aumentos de salários. "Os salários sobem muito rápido. E em alguns cargos
de liderança, o brasileiro se tornou muito caro", afirma. Os chefes de
tesouraria brasileiros, por exemplo, ganham mais que os executivos de Londres,
Nova York, Xangai, Paris e Madri.
Na
posição de CFO e chefe de controladoria, o Brasil já supera os mercados
espanhol, chinês e francês, mas a tendência é de que ultrapasse também outros
países. "A controladoria ainda é uma área pouco desenvolvida no Brasil e
deve crescer mais a partir deste ano", afirma Ronflard.
O
aplicativo Instant Salary Checker também mostra que um auditor interno sênior
ganha de US$ 80 mil (R$ 125 mil) a US$ 125 mil (R$ 195 mil) por ano em São
Paulo. Esse mesmo profissional ganha entre US$ 80 mil (R$ 195 mil) a US$ 120
mil (R$ 187 mil) anuais em Nova York e entre US$ 99 mil (R$ 154 mil) e US$ 131
mil (R$ 204 mil) por ano em Londres.
Advogados
Na
área jurídica, Ronflard destaca o movimento de escritórios internacionais
chegando ao país, o que provoca uma disputa por talentos com até cinco anos de
experiência. Por outro lado, empresas de todos os setores também estão
demandando profissionais para seus departamentos jurídicos. Nos dois casos,
contudo, os salários não chegam a superar a média de outros mercados.
"Existem muitos advogados no Brasil, mas poucos com o perfil desejado,
conhecimento de idiomas e boa formação. Somente aqueles que se destacam são
mais bem remunerados", diz.
Caça
a executivos
Segundo
Ronflard, em determinados segmentos, o executivo só aceita mudar de emprego com
50% ou 60% de aumento, o que tem surpreendido os departamentos de recursos
humanos das multinacionais.
Muitas organizações querem expandir seus negócios no Brasil para aproveitar
esse bom momento, mas são prejudicadas pela visão imediatista dos executivos do
país em relação aos salários. "Eles têm dificuldade em entender o conceito
de salário anual. Para valorizar um pacote global, que inclui bônus e
benefícios de longo prazo, é preciso ter uma ideia de permanência na empresa, a
que o brasileiro não está acostumado.