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O
consumo excessivo de álcool e tabaco sempre foi apontado por médicos
especialistas como os maiores causadores de câncer de garganta. No entanto, nos
casos de pessoas com menos de 50 anos, um fator se mostra muito mais frequente:
o sexo oral. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado
de Ohio, nos Estados Unidos.
De acordo com o estudo, o vírus HPV – que pode ser transmitido por relações
sexuais, inclusive sexo oral - atualmente é a principal causa da doença em
pessoas com menos de 50 anos. O problema tem crescido em faixas etárias mais
baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos.
Na Europa, outras pesquisas também apontam um fenômeno semelhante. A Inglaterra
identificou aumento dos casos de câncer de garganta devido ao HPV. O mesmo
ocorre na Suécia, onde o índice subiu de 25% para 90% nos últimos 30 anos.
Tumores
No Brasil, não há números específicos sobre câncer de garganta, mas os casos de
tumores da boca cresceram consideravelmente. Segundo o INCA (Instituto Nacional
do Câncer), foram registrados 14 mil novos casos em 2010.
“O aumento no número de casos de câncer de boca e garganta está ligado ao vírus
HPV, sobretudo em jovens sem histórico de alcoolismo ou tabagismo”, explica
Hézio Jadir Fernandes Júnior, oncologista clínico e diretor do Instituto
Paulista de Cancerologia.
Segundo Fernandes, a divulgação deste tipo de pesquisa aponta uma evolução na
compreensão da doença, mas não altera o conceito de tratamento e diagnóstico.
“Ela é muito importante especialmente para conscientizar a população sobre os
riscos de se contrair o vírus”.
Prevenção
De acordo com o médico oncologista, o método de prevenção básica é evitar ter
relações sexuais de risco. “Se a pessoa frequentemente realiza sexo oral sem
proteção, com vários parceiros, ela deve realizar alguns exames de avaliação.
Caso seja identificada a presença do vírus, é possível realizar um tratamento
antiviral”.
De acordo com Fernandes, um passo importante para o futuro seria uma campanha
de vacinação massiva para meninas entrando na puberdade. “Imunizar estas
pessoas, antes de elas entrarem em seu período de atividade sexual seria
muito importante”.
Sintomas
Alguns sintomas podem ser identificados em pessoas que começaram a desenvolver
a doença. Um deles é o surgimento de nódulos no pescoço, alteração na voz ou
dificuldade para se alimentar. “Uma observação atenta da boca também é muito
importante. Manchas ou sangramentos que não são curados em duas semanas podem
ser um indício da doença”, explica o oncologista. “Neste caso a pessoa deve
passar por uma biópsia”.
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