Depois
do embargo da Rússia à carne brasileira, no inicio do mês, agora a Ucrânia
vetou as importações de carnes de frigoríficos do Brasil. De acordo com fontes
do setor, as redes Marfrig e Brasil Foods seriam notificadas. Segundo as
empresas, elas ainda não foram notificadas oficialmente. Mais uma vez, o setor
de suínos deve ser o mais afetado.
Dados
da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína
(Abipecs), mostram que de janeiro a maio deste ano, mais de 14 mil toneladas
foram exportadas à Ucrânia. A notícia do veto deve afetar ainda mais o setor .
No
último dia 15 de junho entrou em vigor o embargo russo à carne dos Estados de
Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Com a medida apenas uma planta
certificada pode embarcar o produto para o mercado russo. Uma das saídas
cogitadas para amenizar o impacto seria um recuo na produção, mas o
representante do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do
Sul, Rogério Kerber, afirma que ainda é cedo para pensar em estratégias.
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Essa questão de frear a produção no nosso setor é muito difícil, de dizer que
possamos diminuir a produção de uma hora para outra. Outros fatos relevantes já
houveram no passado e se conseguiu numa mesa de negociações equacionar esses
problemas.
O
motivo do veto ucraniano está ligado com uma nova legislação
alfandegaria-aduaneira estabelecida por países, como a Rússia, Bielorússia e
Cazaquistão. As três repúblicas teriam acordado novos e comuns critérios para
os seus mercados. A Ucrânia teria sido influenciada por este acordo.
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A Ucrânia também é uma ex-república da União Soviética e evidentemente tomou a
decisão, pela parceria, pela proximidade, em razão dos critérios mais ou menos
semelhantes que utilizam – ressalta Kerber.
A
expectativa do setor está em um diálogo entre Rússia e Brasil, sinalizada por
autoridades russas para os 10 últimos dias de junho.
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Isso nos leva a acreditar que haverá uma reunião próxima e se possa produzir e
esclarecer adequadamente algumas inconformidades – complementa.