O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje, na saída da cerimônia de abertura do Ethanol Summit, em São Paulo, que o governo não está pensando em alterar o preço da gasolina, apesar da estabilidade do preço do combustível, que é uma das queixas do setor sucroalcooleiro. O ministro comentou que neste momento o governo conversa com os representantes das usinas para estudar formas de garantir o abastecimento com etanol.
Ele ressaltou, entretanto, que, se for
necessário, o governo irá reduzir o porcentual de anidro na gasolina, que hoje
está entre 18% e 25%. Lobão salientou que essa medida não deverá ser
implementada agora, quando a safra de cana-de-açúcar está entrando no mercado,
mas que a iniciativa pode ser tomada na época de entressafra do produto. Em
relação ao pré-sal, Lobão afirmou que a exploração do petróleo não irá
prejudicar o mercado de etanol brasileiro. "O objetivo do governo é exportar
o petróleo do pré-sal", garantiu.
Utilização
do bagaço
O
ministro disse que o governo vai apoiar o setor sucroenergético a alcançar uma
capacidade instalada de 17 mil megawatt (MW)de bioeletricidade a partir de
bagaço de cana-de-açúcar ante os atuais 6 mil MW até 2019. Segundo ele, o setor
representa parte fundamental da matriz energética brasileira, oferecendo
energia limpa e renovável.
O
ministro acrescentou, ainda, que a exploração de petróleo do pré-sal não irá
reduzir o apoio do governo ao setor de bioenergia. "Tudo isso é que
garantirá suprimento energético para o Brasil nas próximas décadas",
afirmou. O ministro ressaltou também que, entre 1975 e 2010, a utilização do
etanol combustível no Brasil evitou a emissão de 960 milhões de toneladas de CO2.