O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), suspendeu
na noite desta quarta-feira a decisão tomada pela Comissão de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, que aprovou um requerimento do DEM para convocar o
ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O DEM quer que o ministro
compareça à comissão para explicar sua evolução patrimonial.
Com
a decisão, Maia atende a um pedido do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que
apresentou no plenário uma questão de ordem solicitando que Maia anulasse a
votação da comissão. Na questão de ordem, Piau e outros 30 deputados da base
aliada argumentam que o governo, confiante na orientação das bancadas, desistiu
de votar um requerimento para que uma nova votação nominal pudesse ser
realizada para analisar o requerimento de convocação.
Oposição
Para o líder do DEM, deputado ACM
Neto (BA), ao presidente da Casa cabia apenas observar a manifestação dos
deputados que levantavam a mão ou não na votação. “Quero sustentar
veementemente a decisão do presidente da comissão. Ora, se os deputados que
gostariam de ter levantado a mão não o fizeram, agora a votação já ocorreu e é
um ato jurídico perfeito”, afirmou.
O autor do requerimento aprovado,
deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), argumenta que constam da lista de empresas
para as quais Palocci prestou consultoria a Sadia Holding e Vinícola Aurora, do
setor agrícola. “É de fundamental importância, portanto, que essa comissão se
aprofunde nesse assunto para avaliar qualquer possível favorecimento em razão
da posição política ocupada pelo ministro da Casa Civil”, diz Lorenzoni.
Segundo o líder do PSDB, deputado
Duarte Nogueira (SP), menos de dez deputados da base aliada levantaram a mão
para se manifestar contra o requerimento na votação simbólica. “Respeitaremos a
decisão do presidente Marco Maia, mas não ocorreu nada na comissão que desabone
a decisão do presidente Lira Maia”, argumentou.