Em
vez de estudar, seu filho/aluno passa muito tempo navegando nas mídias sociais,
como o Facebook e o Twitter? Com um pouco de cautela, dá para transformar essas
ferramentas, tidas como inimigas dos estudos, em uma forma divertida de
entender melhor os conteúdos aprendidos em sala de aula.
Essa
é a opinião do especialista em novas tecnologias Oge Marques, professor da
Universidade Atlântica da Flórida. Ele esteve no Brasil para uma palestra sobre
o tema em Curitiba (PR) na última sexta-feira (27).
“Por
meio do Twitter, por exemplo, dá para aprofundar a discussão sobre temas da
sala de aula e compartilhar vídeos, textos, fotos e outros”, diz Marques. O
mesmo pode ser feito pelo Facebook. Com a ajuda da internet, a garotada tem nas
mãos um jeito fácil de, sem sair de casa, interagir com professores e colegas
para tirar dúvidas e adquirir materiais relativos a trabalhos, lição de casa e
avaliações.
Cuidado
com as armadilhas
Só
é preciso ter cuidado com as armadilhas virtuais. Por exemplo, as fontes de
informações poucos confiáveis, o cyberbullying – maus-tratos ao próximo via
internet – e o acesso a conteúdos impróprios. “Para isso, a solução é permitir
o uso das mídias sociais num ambiente controlado”, explica Marques.
Mas
nem pense em autoritarismo e proibições. “Isso desestimula o uso benéfico das
ferramentas”, aponta o especialista. O caminho é discutir o que são e para que
servem sites como o Facebook e do Twitter, deixando claras que as consequências
que podem trazer para a “vida real”. Em outras palavras, refletir junto
com a moçada em vez de intimidar.
“Este
é um desafio também para os adultos”, diz Marques. Afinal, a idade não deixa a
salvo os mais velhos de caírem numa fria usando a internet. “No caso da escola,
é preciso que os educadores estejam preparados para trabalhar com as mídias
sociais em aula.”
Adultos
devem ser os mediadores
Na
era da informação, a função do professor não é mais somente a de apresentar
conteúdos prontos. Precisa, sim, ser um mediador – alguém que ensina a melhor
maneira de se obter as informações. Isso vale para os pais também. Para isso, é
importante estimular a participação ativa dos alunos no processo educacional.
“É uma revolução que está tomando lugar aos poucos”, acredita Marques.
Também
é essencial levar em conta que muitos jovens nasceram na era da internet, mas
nem por isso a dominam completamente. “É comum, por exemplo, que muitos não
conheçam bem as opções de privacidade que existem no Facebook”, diz Marques.
Portanto, um treinamento técnico prévio pode ser necessário.