O
jornalista Pimenta Neves, condenado pela morte da ex-namorada Sandra Gomide,
foi transferido, por volta das 23h30 desta terça-feira da sede do Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo para o 2º Distrito
Policial da capital. Ele passará a noite lá, segundo o delegado Waldomiro
Milanesi, e aguardará transferência para um presídio que será determinado pela
Secretaria de Administração Penitenciária do Estado.
Ainda
de acordo com Milanesi, Pimenta Neves foi submetido ao exame de corpo delito
pouco antes da saída, no próprio DHPP por decisão do Instituto Médico Legal
(IML). "Tínhamos um médico de plantão para este procedimento e o IML optou
por fazê-lo aqui", disse o delegado na porta da unidade.
O
policial afirmou ainda que Pimenta Neves se manteve tranquilo desde o momento
que se entregou.
O
caso Pimenta Neves
A jornalista Sandra Gomide, 33 anos, foi morta com dois tiros em um haras em
Ibiúna, no interior de São Paulo, em agosto de 2000. O ex-namorado de Sandra,
então diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta
Neves, confessou o crime, alegando que a colega o traía. Os dois se conheceram
em 1997 e tiveram um relacionamento por cerca de três anos.
Pimenta
Neves chegou a ficar preso por sete meses enquanto respondia ao processo, mas
conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um habeas-corpus para aguardar
o julgamento em liberdade. Em 2006, ele foi condenado a 19 anos e dois meses de
reclusão em regime fechado. No entanto, alegando entendimento anterior do
Supremo Tribunal Federal (STF) - de que os condenados podem recorrer em
liberdade até que todos os recursos sejam julgados -, o juiz de Ibiúna concedeu
ao jornalista o direito de recorrer em liberdade.
Ao
julgar recurso a favor de Pimenta Neves, o Tribunal de Justiça de São Paulo
considerou a confissão espontânea do crime e reduziu a pena para 18 anos.
Alegando a mesma atenuante, a defesa conseguiu no STJ a redução para 15 anos.
Os advogados do jornalista continuaram recorrendo até que, em 24 de maio de
2011, o STF negou o último recurso e determinou que a pena fosse imediatamente
cumprida. Em seguida, policiais cercaram a casa de Pimenta Neves, na capital
paulista, e ele se entregou.