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O
número de desastres naturais registrados por ano nos países mais pobres do
mundo mais que triplicou desde 1980, de acordo com um estudo da organização
humanitária britânica Oxfam.
Segundo
a organização, a média de desastres anuais passou de 133 há três décadas para
350 nos últimos anos, tendo em vista dados coletados em 140 países.
A
análise concluiu que enquanto a ocorrência de desastres relacionados a eventos
geofísicos – como terremotos, furacões e erupções vulcânicas – permaneceu
praticamente constante, as catástrofes provocadas por enchentes e tempestades
cresceram significativamente.
O
resultado se deve principalmente ao aumento dramático do número de enchentes em
todas as regiões do planeta e, em menor grau, à ocorrência de mais tempestades
na África e nas Américas do Sul e Central.
Steve
Jennings, autor do estudo, acredita que uma das razões desse crescimento seja o
impacto das mudanças climáticas.
“Desastres
ligados ao clima estão se tornando cada vez mais comuns e a situação deve se
agravar no futuro, à medida que as mudanças climáticas intensificam ainda mais
as catástrofes naturais”, afirmou.
“Mas
é preciso deixar claro que não há nada de natural no fato de as pessoas pobres
estarem na linha de frente das mudanças climáticas. Pobreza, má administração,
investimentos precários em prevenção de desastres – tudo isso as deixa mais
vulneráveis.”
Ajuda
humanitária
Para
realizar a análise, a Oxfam considerou a definição de desastre como um evento
em que 10 pessoas são mortas e 100 são afetadas ou ainda um evento que faz com
que um governo declare estado de emergência ou solicite ajuda humanitária
emergencial.
Segundo
o estudo, nos últimos 30 anos, a população de países propensos a sofrerem
desastres cresceu, o que significa que mais pessoas estão vulneráveis estes
acontecimentos.
No
entanto, a organização deixa claro que o aumento populacional interfere na
tendência de crescimento dos desastres, mas não o explica completamente.
Da mesma maneira, o estudo leva em conta que a melhoria dos métodos de registro destas catástrofes climáticas também influenciam os resultados.
Um estudo da Oxfam feito em 2009 concluiu que em um ano típico, 250 milhões de pessoas eram afetadas por desastres naturais. A ONG estima que esse número deve subir para 375 milhões em 2015.
“O
futuro será trágico para milhões de pessoas em países pobres, se não houver uma
mudança drástica na maneira de se responder a esses desastres e se não houver
progresso na redução da pobreza e na maneira de se lidar com as mudanças
climáticas”, diz Jennings.
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