Um
programa de computador que regula automaticamente o nível de umidade nos silos
e armazéns de grãos pode garantir até 40% de economia com energia elétrica e
ainda reduzir as perdas na armazenagem. O software foi desenvolvido dentro da
Universidade Estadual de Londrina e já está pronto para ser comercializado.
O
controle da umidade interna armazéns e silos é um dos grandes problemas
enfrentados no período de estocagem da safra. O excesso ou a falta de umidade
comprometem a qualidade dos grãos e podem causar prejuízos para o produtor.
Além das grandes indústrias, as universidades tem contribuído com soluções para
o campo, através do apoio a profissionais que sabem como unir várias ciências e
gerar um projeto original.
A
Incubadora Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina abriga empresas
iniciantes no setor e oferece estrutura física e suporte legal para que elas se
desenvolvam. E tem funcionado. Um programa de computador desenvolvido na
Incubadora surge como uma promessa para controle e economia de energia nos
sistemas térmicos e de aeração de unidades armazenadoras, o que pode levar
também a menos perda de grãos.
O
software utiliza informações geradas tanto pelo sistema de termometria das
unidades, como pela estrutura responsável pela aeração. Ou seja, ele converte
dados já existentes em novos comandos. Foi planejado para atender aos cereais
mais importantes no mercado. Depois de selecionar o produto se verifica o nível
de umidade de uma amostra. Em seguida é registrada a porcentagem de umidade
desejada. Com esses dados, o programa calcula a potência em que o motor do
sistema de aeração vai trabalhar e aumenta ou reduz sua velocidade, conforme a
variação das condições internas e externas do ambiente.
–
Com todos esses dados e mais a condição do produto dentro do silo o software
envia os sinais para os inversores de frequência para que eles operem na
rotação adequada para essa condição do produto – explica o empresário Leandro
Martini Chagas.
O
software foi apresentado em uma feira paranaense de novidades tecnológicas. Uma
empresa de Londrina ligada a armazenagem e uma multinacional de motores
gostaram porque o programa potencializa os equipamentos que elas instalam. O
sistema está em implantação em silos no Rio Grande do Sul e logo entra em
operação em unidades de Ponta Grossa, no sul do Paraná.
–
Em um silo cheio com 100 mil sacas de soja ele tem aproximadamente, nos valores
de hoje, R$ 4,3 milhões em produto ali. Se fazendo esse controle da rotação de motores
ele deixar de perder 1% de umidade já são R$ 43 mil de economia nesse produto.
Sem contar que nosso principal objetivo nem é esse, é o controle de energia,
que hoje as empresas estão procurando essa questão de eficiência energética –
relata o empresário Alex Rezende.