O
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta segunda-feira (9) que
o preço dos combustíveis nos postos deve começar a baixar nesta semana. Segundo
Lobão, será possível “perceber nitidamente” a redução no preço do etanol na
bomba.
“A
partir de hoje [segunda], poderemos perceber nitidamente a redução do preço do
etanol na bomba”, afirmou Lobão, pouco depois de participar de uma cerimônia na
Câmara dos Deputados.
Nas
últimas semanas, tanto o etanol quanto a gasolina sofreram aumentos que foram
influenciados pela instabilidade no mercado internacional e pela redução da
oferta de álcool anidro na entressafra da cana-de-açúcar.
Lobão
criticou diretamente as existência de diferentes cartéis de postos de gasolina
pelo país ao lembrar que há nove anos o combustível sai das refinarias com o
mesmo preço e que o aumento ocorre nas distribuidoras e nos postos de gasolina.
“Nitidamente está havendo cartel. Pedi que a ANP [Agência Nacional de Petróleo]
fosse ao Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] para que esse
descalabro fosse resolvido”, afirmou.
O
ministro disse que, a partir de agora, as punições para os donos de postos que
formam cartéis na cobrança dos combustíveis serão rigorosas. Pode haver
cobrança de multa e até o fechamento do posto.
Ainda
de acordo com o ministro de Minas e Energia, a redução dos preços será uma
consequência da ação do governo: “O governo tomou as medidas necessárias, mas
precisamos entender que esse é um mercado livre. Precisamos agora elevar
drasticamente a produção para que, com o excesso de oferta, se possa ter a
redução dos preços.”
Preço
do combustível
Na sexta-feira (6), após se reunir com a presidente Dilma Rousseff, o ministro
de Minas e Energia já havia afirmado que o preço do etanol deveria sofrer
reduções. Ele disse ainda que "não cogitava" aumentar o preço do
combustível que sai das refinarias da Petrobras. Segundo ele, o governo só deve
repensar os valores da gasolina quando houver queda nos preços do barril de
petróleo.
"Não
haverá alteração no preço dos combustíveis enquanto o preço do barril
internacional estiver em torno desses patamares que conhecemos. Não se cogita,
portanto, aumento dos patamares dos combustíveis", disse. “Etanol nós já
estamos com um abastecimento bastante bom, crescendo o abastecimento, o
fornecimento do etanol através das refinarias. E a partir da próxima semana a
oferta será muito maior e, como conseqüência, a tendência é uma queda crescente
nos preços do etanol”, complementou.
O
ministro afirmou que a Petrobras vai aumentar de 5% para 15% sua participação
na produção do etanol brasileiro. “Adotamos agora a política também de uma
presença mais agressiva da Petrobras na produção de etanol. A Petrobras produz
hoje cerca de 5% de todo o etanol consumido no Brasil. Nós vamos avançar
rapidamente para a produção de 10%, 12%, 15% nos próximos anos. Em três, quatro
anos”, afirmou.
Segundo
ele, o objetivo é dar condições para que a estatal possa controlar o preço e o
abastecimento do combustível. "Com isto, a Petrobras se transforma
definitivamente num regulador eficiente do fornecimento e dos preços do
etanol", explicou.