Gimenez durante audiência pública sobre violência em Andradina. Foto: Fabiano Marinho / Studio FMarinho
O
capitão da 3ª companhia/PM do 28º Batalhão de Polícia Militar do interior, Marcelo
Gimenez, não acredita no toque de recolher como medida para a diminuição da
violência em Andradina. Gimenez disse não ser favorável a idea durante audiência
pública realizada na noite desta quinta-feira, que discutiu a violência na
Terra do Rei do Gado.
Uma
possível implantação de um toque de recolher foi discutida por internautas do
site Andravirtual. Gimenez acredita que devem ser esgotadas todas as outras
hipóteses antes que seja tomada uma medida tão drástica. Ele acredita que a
cidade deve ter maiores investimentos em esporte, lazer e cultura. Ele informou
ainda que os índices de violência não caíram em Ilha Solteira, cidade onde foi
implantado o toque de recolher.
O
capitão apontou medidas político/administrativas que levaram a capital paulista
a diminuir os índices de homicídios como a lei do "psiu", que obriga os bares a
não ter som alto a partir de certo horário, a lei anti-fumo e a proibição de
cadeiras nas calçadas de estabelecimentos comerciais. Ele acredita que Andradina
precisa reorganizar o ambiente.
O delegado
Carlos Antônio Mendonça Casati, falou em solidariedade da
população para que a violência diminua. “É possível só se existir solidariedade”,
diz Cassati sobre a diminuição da violência. Ele criticou também a pouca
participação da população na audiência. “ A segurança pública é obrigação de
todos”,completou.
Cassati
informou que a sociedade tem que encontrar uma forma de recuperar as pessoas
detidas no sistema prisional. Os presos se tornam uma “fera” e é preciso novamente
moldar essas pessoas, informou o delegado. "A grande maioria pode ser melhorada",
complementou.
Educação
Outro
ponto abordado na audiência é com atual situação da educação do país. O
professor Rubens Romariz falou hoje da falta de cobrança de disciplina dos
alunos. Romariz também acredita que as escolas não devem ter hoje mais de 800
alunos, e que a educação até a oitava série deveria ser municipalizada.
Visibilidade
O
capitão Gimenez apontou a “visibildade” que esses jovens tem ao entrar no
crime. Citando o livro Cabeça de Porco, do rapper MV Bill, Gimenez disse que o
jovem usa o crime para ter “visibilidade”, uma espécie de maneira de ser visto
pelos outros jovens e pelas garotas dentro de seus bairros. Os adolescentes são
visto como “heróis” quando trocam tiros com a polícia, disse o capitão.
Gimenez
destacou a troca de tiros e a morte de um jovem na feira da cidade de Andradina,
e que os adolescentes usam o crime como uma forma de aparecer.
O
Wilson Aparecido Bussolan disse que deve ser levado em conta o que leva o
jovem ao tráfico. Já o propositor da audiência, o vereador Edgar Dourado, disse
que a reunião tem o propósito de, se não revolver, mas pelo menos amenizar a
violência na cidade.