Acusada
de ser a mandante dos assassinatos de cinco homens e ainda de uma tentativa de
homicídio, Heloísa Borba Gonçalves, conhecida como Viúva Negra, ficou “em
cartaz” durante um ano no Disque Denúncia sem qualquer êxito. Com a recompensa
oferecida de R$ 2 mil, por informações que levassem à sua prisão, o programa
não recebeu nenhuma denúncia. Após o aumento da recompensa, no domingo, para R$
11 mil, o programa já recebeu, até ontem, 11 denúncias.
“O número de denúncias está dentro do que a gente esperava. Para quem não tinha
nada, 11 está bom demais”, comemora o gerente do Disque Denúncia, que não pode
se identificar por questões de segurança. O valor da
recompensa foi aumentado pela família de uma das vítimas da Viúva Negra, que
também é acusada por fraudes, estelionato, bigamia e falsidade ideológica.
Entre as vítimas de assassinato estão dois maridos, o motorista de um deles, um
amante e um detetive particular.
Com o aumento da recompensa e, consequentemente, uma maior divulgação do cartaz
da procurada, o Disque Denúncia acredita que a prisão de Heloísa será uma
questão de tempo. “Uma pessoa que vive na classe média alta como ela
(morava na Barra ou tinha apartamento lá) é mais difícil de ser denunciada. Sem
o cartaz, os vizinhos podem morar ao lado por um ano sem saber quem ela é.
Totalmente diferente de um traficante, que circula pelas comunidades”, diz o
gerente.
Além disso, os outros imóveis dela, fruto de seus relacionamentos, são todos na
Barra e na zona sul. Apenas um de seus casamentos teria rendido R$ 20 milhões.
A criminosa, que também figura na lista da Interpol, é procurada em 188 países,
o que dificulta a saída dela do Brasil. A Viúva Negra, hoje com 61 anos, usa
mais três identidades, além da verdadeira: Heloísa Gonçalvez Duque Soares
Ribeiro, Heloísa Gonçalves Duque Soares e Heloísa Saad.