A
construção de presídios acabou com a vida pacata e transformou cidades do oeste
do Estado no "Texas paulista", apelido dado pelos próprios detentos
por causa da distância da capital e do rígido sistema carcerário. Na última
década, dez municípios que formam um corredor de penitenciárias na região viram
o número de roubos e furtos aumentar, em média, 84,7%.
Na
última década, em todo o Estado, o crescimento nas mesmas modalidades
criminosas foi sete vezes menor, de 12,1%. Entre as dez cidades com presídios
usadas como referência, nove estão na Alta Paulista (apenas Martinópolis
pertence à Alta Sorocabana). Com o declínio da agricultura, base da economia e
fonte de empregos, os municípios passaram a receber penitenciárias, a partir da
segunda metade dos anos 1990. Líderes regionais foram seduzidos pela
possibilidade de conseguir trabalho para os habitantes e dar estímulo ao
comércio. De quebra, ganhariam também com o aumento na arrecadação de impostos.
Junto, porém, surgiram outros problemas além da insegurança.
Presidente
da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP), entidade que reúne
31 cidades da região, o prefeito de Osvaldo Cruz (558 km da capital), Valter
Luiz Martins, diz que o setor de saúde é mais afetado do que a própria
segurança porque os recursos destinados aos moradores são divididos com a
população carcerária, que tem prioridade no atendimento.
Martins reconhece que houve um aumento na criminalidade, mas não
relaciona o problema diretamente com a construção dos presídios. Ele diz,
porém, que é necessário rever a postura adotada no passado, de aceitação das
penitenciárias. "Se foi um erro ou um acerto, agora é o momento para
refletir", afirma. Ele também lamenta o efetivo policial insuficiente e
diz que se reuniu recentemente com integrantes da Secretaria de Segurança
Pública do Estado para discutir o assunto. Parte dos policiais é obrigada
constantemente a acompanhar o deslocamento dos detentos, o que desfalca o
policiamento.
Andradina
A
cidade também ganho um presídio no ano de 98. Se compararmos os índices de
roubos no ano de 2001 para o ano de 2010, houve um aumento de 54,3 % - de 46
para 71. O número de furtos também aumentou de 847 para 1008 (19 %).