Rogério
Ceni tem o perfil que atrai o mercado corporativo. O centésimo gol na carreira
realçou a imagem de vencedor, perseverante, líder, entre outros atributos,
qualidades desejadas a um profissional. Assediado por empresas, o goleiro tem
se desdobrado para conciliar a rotina de treinos com a vida como palestrante.A
dupla função tem seu preço. Por cerca de 1h30 de palestra, Ceni recebe cachê de
R$ 40 mil, apurou o UOL Esporte.
O
valor é considerado pequeno perto do cachê do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que fatura cerca de R$ 200 mil por palestra. O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso ganha cerca de R$ 90 mil por evento.
Os
convites se multiplicaram após Rogério Ceni alcançar o centésimo gol. De acordo
com Airton Junior, encarregado de agendar palestras ao goleiro, são mais de 40
pedidos semanais para convenções e palestras a multinacionais. Quase todos eles
são recusados por falta de tempo.Nesta sexta à noite, o jogador de 38 anos será
a atração de uma palestra que ocorrerá no sul de Minas Gerais. Na próxima
semana, Ceni estará em Mogi das Cruzes.
“O
Rogério deixa de fazer várias palestras por conta da agenda. Mesmo quando está
de folga, ele de alguma forma está treinando, ou em casa ou no CT. Sabemos que
o Rogério sempre priorizará os compromissos com o São Paulo. Isso ele não abre
mão. Mas nós tentamos encaixar palestras na medida do possível”, destacou
Airton Junior.
O
goleiro segue alguns tópicos que relacionam sua experiência em mais de 20 anos
de carreira ao sucesso no ramo corporativo. Ele deixa espaços no roteiro para
improvisações, onde geralmente recorre a passagens bem humoradas da carreira.
Ceni,
por exemplo, cita o tópico “os riscos de quem busca o sucesso”, em que comenta
o fato de deixar a área para tentar marcar um gol, seja de falta ou pênalti. O
avanço ao ataque gera um risco (errar a cobrança e sofrer um gol), diz Ceni.
Mas para conquistar objetivos é preciso enfrentar riscos, ensina o goleiro.Os
100 gols também servem de ensinamentos aos convidados. Para alcançar a marca
foi preciso ter paciência e dedicação. Rogério cita o conselho dado por Telê
Santana, que sugeriu o goleiro a chegar antes aos treinamentos para aperfeiçoar
fundamentos. Foram nessas atividades isoladas que despertaram em Ceni o
interesse de cobrar faltas.
“Achei
que fazer defesa simplesmente não seria o ideal. Achei que poderia ter um
desafio novo. Eu ainda era reserva do Zetti em 1995 e ouvi conselho do Telê
Santana. Ele dizia: ‘chegue sempre meia hora antes. Treine. Faça com que as
pessoas lembrem de você por algo diferente'”, relembrou. “Mesmo não sendo
titular, eu pegava 100 bolas por dia para treinar faltas”.
A
função de palestrante tem sido explorada por Rogério Ceni, que disponibilizou
uma página em seu site oficial para o cadastro de pessoas ou empresas
interessadas em contratá-lo.