As
duas salas da Escola Municipal Tasso da Silveira onde, na última quinta-feira,
o atirador Wellington Menezes de Oliveira fez disparos contra os alunos não
serão mais destinadas às aulas. Os espaços serão transformados em biblioteca
digital e sala multiuso. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo
diretor da escola, Luis Marduk.
As
reformas são tentativas de apagar um pouco da cabeça dos estudantes as cenas do
massacre e de evitar que eles deixem a escola, disse Marduk, que trabalha há 20
anos no local. Segundo ele, até o momento, foram feitos apenas dez pedidos de
transferência.
“Acredito
que, se eles ficarem aqui e vencerem o medo, vão afastar o fantasma. Se, neste
momento, eles se esconderem em outra escola, vão ficar com essa coisa na
cabeça. Temos que ficar aqui dentro e vencer esse terror. Tem que viver essa
dor até o final e reconquistar o espaço, que é nosso”, afirmou Marduk.
Segurança
Ele
explicou que a ideia é dar uma "repaginada" na escola e disse que
ainda não há prazo para a volta às aulas. O prédio será repintado e as salas de
aula não serão mais identificadas por números, apenas por cores. Os próximos
dias serão dedicados a atividades culturais abertas à comunidade, com oficinas
de pintura, de música e de teatro.
“Não
tem nenhuma previsão de reinício de aulas. Na semana que vem, a escola será
reaberta à comunidade, aos alunos e responsáveis. Estamos programando
atividades de arte e, na segunda-feira, haverá um grande evento com a
participação de artistas, para que eles motivem o retorno dos alunos à escola.”
Para
Marduk, a entrada de Wellington na escola não pode ser considerada uma falha do
funcionário que estava encarregado do portão. “Ele [o assassino] teria acesso à
Câmara dos Deputados. Ele veio premeditado. Se houvesse um policial militar na
porta, ele entraria”, afirmou.