A
oferta e a procura têm sido intensas. São tantas que Caio Blat está recusando
convites de trabalho. Em cartaz nos cinemas como o repórter Karl de As Mães de
Chico Xavier e no ar como o jardineiro Leandro da novela Morde & Assopra, o
ator, que lança dia 21 mais um filme, Bróder, está fazendo um verdadeiro
malabarismo para equilibrar a frenética agenda com a vida em família.
"Desde
que tive o Bento - 1 ano -, abri mão de muitas propostas para ficar com ele no
Rio. Foi duro passar quatro meses viajando por conta do filme Xingu, em 2010.
Depois, queriam que eu fosse para a Itália filmar. Recusei projetos muito bons,
mas tem uma coisa mais importante do que a carreira", disse o papai Caio,
com um brilho nos olhos.
Nem
um pouco preocupado por expor sua figura em tantas produções, o ator confessa
que está se divertindo muito ao lado de Flávia Alessandra, a androide Naomi da
trama das 19h, assinada por Walcyr Carrasco. "Ela é uma grande companheira
de cena, está sensacional. Tem gestos mecânicos, mas os olhos são cheios de
emoção. O Leandro, meu personagem, não sabe que ela é um robô", explicou
Caio.
Embora
tenha sido criada pelo cientista Ícaro (Mateus Solano) para ficar no lugar da
mulher amada que ele perdeu no passado, Naomi está interessada mesmo é no
jardineiro vivido por Caio. "Ele é um garoto do interior, simples, e está
conseguindo humanizar a Naomi. Era isso que o Ícaro queria que acontecesse com
ela. Todo cientista quer descobrir se o androide tem alma. O Mateus é meu
concorrente nessa, mas, por enquanto, eu que estou levando a melhor",
brincou ele que, na vida real, é casado com a atriz Maria Ribeiro.
Versátil,
Caio aparece no cinema totalmente diferente do simpático jardineiro da novela.
Em As Mães de Chico Xavier, de Glauber Filho e Halder Gomes, ele interpreta
Karl, um jornalista que vai investigar o trabalho do famoso médium e tenta
entrevistá-lo.
Assim
como acontece na ficção, Caio também teve a oportunidade de conhecer Chico.
"Acho que foi em 2001. Ele já estava bem doente. Conheci pessoas que eram
espíritas e comecei a frequentar centros. Elas me levaram até o Chico uma vez.
Mas não tirei proveito disso, apenas o cumprimentei", falou ele.
Para
o ator, que não se considera espírita, mas simpatiza muito com a religião,
Allan Kardec é fundamental para a vida de qualquer um. "Ajuda a entender
as notícias negativas que a gente recebe. A vida continua e você tem sempre uma
chance de se reconstruir. Cada um está numa fase, em um grau de evolução. O
mais bonito do espiritismo é que ele elimina a questão da injustiça",
acredita ele, que se inspirou em Marcel Souto Maior, autor do livro que
originou o filme, para compor Karl.
"Não
tive dificuldade em criar o personagem. Estamos rodeados por jornalistas. É um
meio bem comum. O personagem chega cheio de desconfiança e vai conduzindo o
espectador. O encontro com o Chico Xavier é cheio de encantamento, como foi o
meu", comparou.
Quando
Bróder estrear dia 21 deste mês, além de ficar em cartaz com dois filmes, Caio
poderá ser visto em um dos tipos mais esquisitos que já interpretou na
carreira. "É um personagem muito importante para mim. Mexeu muito comigo.
Tem uma transformação física grande", contou ele sobre Macu, marginal que
se envolve com o tráfico de drogas no Capão Redondo, periferia de São Paulo.
Até o fim deste ano, Caio ainda será visto em Xingu, filme sobre os irmãos Villas-Boas.