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Foto: Divulgação
Quando
penso em bolo de milho logo vem à memória a imagem da minha mãe, dona Basília,
tirando do forno a lenha essa quitanda quentinha. Nem dava tempo de deixar
esfriar, a gente já atacava. Minha primeira infância vivida em fazenda tem o
sabor e o cheiro dessa receita. Como diz a Nina Horta, é minha “comida de
alma”. E acho que minha filha, Luiza, de 6 anos, tem esse mesmo sentimento,
pois quando vamos para Minas ela logo pede para a vovó fazer o bolo de milho. As informações são de Guta Chavez do portal
IG.
O
que minha mãe faz é mais rústico, amarelo clarinho e sentimos os pedacinhos dos
grãos ao comer. Mas há tantas outras receitas, de Norte a Sul do País.
Poderíamos até dizer que cada família tem a sua versão. Também pudera: muito
antes de Cabral aportar por aqui, os povos indígenas já faziam um bolo de milho
parecido com o de dona Basília.
Mas
a receita básica que conhecemos -- com leite, açúcar, ovo -- é das portuguesas,
que passaram a fazer o bolo aos moldes da doçaria lusitana. Já na época do
ciclo da cana-de-açúcar, o quitute era preparado na Casa Grande. Seria injusto
relegar somente às festas juninas uma receita com tantos séculos de tradição.
Estamos
num desenvolvimento técnico e criativo tão bacana da confeitaria, com seus
variados e lindos cupcakes (nada contra, eu também adoro), que o doce parece
ter ficado meio esquecido. É que, na maioria das vezes, os confeiteiros não
fazem os nossos bolos clássicos, nem mesmo com uma roupagem mais moderna.
Bem,
por sorte, algumas lojas de doces têm esse olhar para o nosso patrimônio
açucarado. A gaúcha radicada em São Paulo Laura Estima, da Doce de Laura, é uma
delas. Faz a gente se transportar para o campo, para uma época em que as mães e
avós nos contemplavam quase todos os dias com um bolo quentinho no lanche da
tarde. O ambiente, na Vila Madalena, tem fachada que lembra uma casa de
interior. As mesinhas de madeira na varanda já nos inspiram a essa viagem no
tempo.
Há
poucas semanas Laura lançou uma ideia bem convidativa: a hora do bolo. Todas as
terças e quintas, às 16h30, ela tira do forno uns quatro tipos de bolos
caseiros e os serve quentinhos com o chá de maçã da casa. Bem ao jeito
hospitaleiro das gaúchas. E, claro, o bolo de milho está no cardápio. “Na minha
receita a massa fica molhadinha por dentro e, por fora, crocante”, diz a
confeiteira. E ela conta um segredinho: “Uma das coisas que deixa a massa fofa
é bater o milho junto”.
De
sua infância no Rio Grande do Sul, Laura também se recorda de bolos de avó,
como o de milho feito com erva-doce, servido com cafezinho. “Eu guardo esse
gostinho na memória”.
Comer
a casquinha do bolo quentinha no fim da tarde é como reviver, através do gosto,
nossas memórias. Essa delícia em fatias, para comer demorado com um chazinho ou
cafezinho, é ou não é comida de alma?
Bolo
de milho e coco
Receita
de Laura Estima, da Doce de Laura, em
São Paulo
Rendimento: 12 fatias
Ingredientes
1 lata de milho (tirar o caldo)
1 xícara de óleo
4 gemas
4 claras em neve
8 colheres (sopa) de farinha de milho em pó
1 xícara de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar
1 colher (sopa) de fermento
½ xícara de coco ralado
1 xícara de leite
1 colher (sopa) de erva-doce
Modo
de preparo
Bata o milho, o óleo e as 4 gemas no
liquidificador até que vire um creme homogêneo. Reserve. Bata as 4 claras em
neve. Em uma bacia, junte todos os ingredientes secos (farinha de milho em pó,
farinha de trigo, açúcar, coco ralado, fermento e erva-doce), misture o leite,
o creme de milho e por último as claras em neve. Asse o bolo por 45 minutos, em
uma forma untada e polvilhada com farinha. O forno deve estar preaquecido a
180º C.
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