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Os
cirurgiões de estômago e intestino estão com o bisturi a todo vapor. O aumento
de cirurgias bariátricas também trouxe um efeito colateral às agendas dos
cirurgiões plásticos.
“Nossa
demanda aumentou proporcionalmente”, afirma o presidente da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Sebastião Guerra.
“Após
reduzirem o estômago, estes mesmos pacientes nos procuram para retirar o
excesso de pele da barriga, costas e braços, fruto do emagrecimento rápido”,
completa o especialista.
Segundo
Guerra, estes pacientes cada vez mais numerosos também têm características
peculiares que devem pesar no pré-operatório e no momento da cirurgia plástica.
“O risco de
complicação da cirurgia plástica em um paciente submetido à bariátrica é maior.
Além disso, os efeitos da lipoaspiração também são mais limitados. Tudo isso
precisa ser de conhecimento do cirurgião plástico e bem explicado ao cliente”,
completa o presidente da Sociedade.
Por estes
motivos, a SBPC vai lançar até setembro deste ano um manual com novas regras e
diretrizes da cirurgia plástica e contará com um capítulo específico para os
pacientes submetidos à bariátrica. O guia está sendo preparado desde o ano
passado e contou com a participação de médicos nacionais e internacionais,
sendo discutido em todos os congressos médicos brasileiros realizados de lá
para cá (foram oito no total).
Uma das
diferenças deste paciente é que, mesmo após perder muitos quilos, eles
continuam com as veias bem mais dilatadas do que o normal. Isso faz com que a
incidência de hemorragia após a plástica seja maior.
“Além
disso, a própria pele fica com um aspecto diferente. A estrutura óssea de quem
conviveu muitos anos com a obesidade também é afetada. Tudo isso interfere no
resultado final da plástica. Se você comparar uma mulher que fez bariátrica com
uma que quis a lipo após ter filhos, os resultados da segunda serão melhores”,
conclui Guerra.
Faxina
Além de
orientar os médicos, o novo manual da cirurgia plástica também nasce com a
missão de reduzir o número de erros em colocações de prótese de silicone,
lipoaspiração e outros tipos de procedimentos estéticos. A especialidade é a
que mais concentra processos, segundo relatório divulgado pelo Conselho
Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
Quando o
cardiologista Roberto D’ávila assumiu a presidência do Conselho Federal de
Medicina (CFM), no início de 2010, ele também assumiu o compromisso de fazer
uma “faxina” nas clínicas e hospitais que fazem este tipo de operação também
com o objetivo de proteger os pacientes.
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